Livre quer voltar ao parlamento "para ficar" e recuperar "liberdade para a esquerda"

por Lusa

O historiador Rui Tavares afirmou hoje que o Livre quer voltar ao parlamento, desta vez "para ficar", e que pretende recuperar a palavra liberdade para a esquerda e não deixar que esta seja "deturpada" pela direita.

O Livre juntou hoje cerca de uma centena de pessoas no auditório do Liceu Camões, em Lisboa, para o primeiro e único comício da campanha que intitulou como "Festa de encerramento", apesar de ainda ter agenda para o último dia de corrida eleitoral.

"Muito bom estar aqui para trazer o Livre de volta à Assembleia da República e para ficar", afirmou Rui Tavares quando subiu ao palco naquela que foi a intervenção mais aguardada e mais aplaudida da noite.

Tavares defendeu que o Livre "tem a aposta de reconquistar a palavra `liberdade` para esquerda" e não deixar que esta seja "deturpada e que seja transformada em algo que a liberdade não é".

"Que ela não seja tratada apenas como a liberdade da interferência do Estado: o Estado interfere, não sou livre, o Estado não interfere, sou livre. Sou livre de quê, de oprimir o outro? Nós dizemos que a liberdade é uma liberdade em que muitas vezes o fraco tem que ser protegido do forte. Nós dizemos que a liberdade precisa do princípio da responsabilidade", advertiu.

Mas segundo Rui Tavares, também "muitos à esquerda deixaram que se fosse ganhando este terreno retórico, de achar que a liberdade só pertence a um campo da política, porque a esquerda só defenderia a igualdade".

"Por isso, além da liberdade estar a passar por aqui, a esquerda passa por aqui: a esquerda combativa, uma esquerda que ousa pensar o futuro, uma esquerda que não baixa os braços é a esquerda que o Livre representa e que vai levar à Assembleia da República", vincou Tavares, numa alusão à canção de Sérgio Godinho, "Maré Alta", utilizada várias vezes ao longo do seu discurso.

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