Louçã acusa Partido Socialista de estar desesperado com a Esquerda

por Cristina Sambado, RTP
“Obrigado José Sócrates. Parabéns Bloco de Esquerda”, afirmou o líder bloquista mais do que uma vez RTP

O líder do Bloco de Esquerda agradeceu a honra de ter sido transformado no principal adversário político durante o congresso do Partido Socialista e acusou os socialistas de estarem “satisfeitos com a Direita” e “desesperados com a Esquerda”. Francisco Louçã discursou num almoço comemorativo dos 10 anos do BE.

"É uma honra o Bloco de Esquerda ter sido transformado no principal adversário do partido esponjoso dos interesses dos mais poderosos", sublinhou Louçã perante 300 militantes que se juntaram hoje ao almoço no Mercado da Ribeira em Lisboa.

"Quem imaginaria há 10 anos que este movimento teria a força para se tornar no tema central do congresso do partido mais poderoso", ironizou, para de seguida acrescentar que “ainda não viram nada”.

O líder do Bloco de Esquerda prometeu continuar a “lutar por uma Esquerda grande”, “uma esquerda que não se cale”.

Francisco Louçã agradeceu ao primeiro-ministro e secretário-geral do Partido Socialista a atenção dada ao BE durante a reunião magna socialista, e considerou que foi a melhor homenagem que os socialistas fizeram aos 10 anos de existência do BE.

“Obrigado José Sócrates. Parabéns Bloco de Esquerda”, afirmou o líder bloquista mais do que uma vez.

Louçã pergunta quem são os parasitas

Na intervenção perante os militantes do Bloco de Esquerda, Louçã reagiu às declarações do dirigente socialista, António Costa, que classificou o BE de -“um partido oportunista, que parasita a desgraça alheia mas incapaz de assumir os riscos de governação”- ao questionar “afinal quem são os parasitas? O que eu pergunto ao país é quem são os parasitas?”, acrescentado “nós sabemos quem são os parasitas, as ratices e as ratazanas”.

“O retrato deste país são as ratices”, salientou, lembrando o caso do empresário Manuel Fino que recentemente fez um negócio com a Caixa Geral de Depósitos que lhe comprou 10 por cento das acções da Cimpor por um valor 25 por cento superior ao do mercado.

“Manuel Fino devolveu os 62 milhões de euros que recebeu a mais? O Governo pediu-lhe que devolve-se os 62 milhões a mais?”, questionou.

No seu discurso o líder do BE fez ainda duras críticas à ausência de propostas de José Sócrates, considerando que o PS e o primeiro-ministro “já não tem nada a propor ao país".

"Não responde a nenhuma prioridade, quer tudo na mesma", acusou.

Francisco Louçã condenou, ainda, a atitude do Governo de desprezar o problema do desemprego e lamentou que na reunião magna, os socialistas se tenham limitado a apresentar uma "propostazinha", ou seja, pedir "o abatimento das deduções do milionários, para contribuírem com uma bicazinha por dia".

"Perderam a cabeça", ironizou, repetindo que "o Governo quer que tudo fique na mesma".

As eleições que vão realizar-se este ano não foram esquecidas pelo líder do BE que afirmou que “essa será a ocasião para votar sobre as indecências deste país"

"Estamos preparados", assegurou.
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