José Coelho - Lusa
O Presidente da República desvalorizou esta tarde as críticas do líder do PSD pelo facto de ter recebido em Belém o seu adversário na corrida interna, Paulo Rangel, justificando que recebe "toda a gente" e que se tratou de uma audiência de cortesia.
O chefe de Estado falava no final de uma visita à fábrica da Renault em Cacia, Aveiro, por ocasião do 40.º aniversário.
"Nós estamos num momento em que o país decide se tem Orçamento ou não e isso é importante para a vida das pessoas. Estamos num momento em que pode acontecer que tenhamos que assistir a uma dissolução da Assembleia da República e ir a eleições e isso é importante para a vida das pessoas. Portanto, isto é o que é importante. Depois, o que não é importante é as pessoas não perceberem que o Presidente da República é como é", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo vincou que não interfere na vida interna dos partidos, escusando-se a revelar o que aconteceu na audiência com Paulo Rangel.
"Eu não tenciono formar nenhum partido. Não tenciono organizar nenhum congresso para influenciar a oposição ou a situação. Não tenciono preferir um candidato ou outro candidato na vida dos partidos. Quem os partidos escolherem para líder, está bem escolhido", referiu, acrescentando que o Presidente da República "exerce as suas funções com quem está na roda política e social".
"Se era uma visita de cortesia, tinha de ser o mais rapidamente possível. Se fosse depois é que se poderia dizer que tinha alguma influência ou tinha tido alguma ligação com o voto da Assembleia ou com a vida interna do partido. Antes disso era fazer o que sempre fiz ao longo dos seis anos", concluiu.
O anúncio da audiência foi feito no portal da Presidência da República na Internet, com o esclarecimento de que o encontro se realizou a pedido de Paulo Rangel.