A eurodeputada Marisa Matias, que volta a liderar a lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, disse na sexta-feira à noite que a defesa do Estado social e dos direitos do trabalho são um dos grandes compromissos da candidatura.
Marisa Matias acusou a União Europeia de querer entregar aos privados a gestão dos cuidados de saúde, salientando que a "chantagem que hoje estão a fazer sobre a ADSE, um dia estarão a fazê-la com o Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Segundo a candidata do BE, a direita portuguesa e as instituições europeias "o que querem é um Estado sem função social”, para “pegar no dinheiro dos contribuintes para o por nas mãos de quem quer fazer da saúde, da educação e da segurança social um negócio".
"O momento que vivemos é, por isso, decisivo. É um momento em que PS se tem de definir, tem de escolher se quer assumir o legado de António Arnaut, com um SNS com financiamento e gestão pública, ou quer contribuir para miná-lo através de parcerias ruinosas e cedências ao cartel da saúde", salientou.
Para Marisa Matias, o caminho que as instituições europeias preferem "é o da rendição ao cartel da saúde", acrescentando: “Sempre que rejeitámos os conselhos dos comissários do Eurogrupo o país ganhou e as pessoas ganharam".
A cabeça-de-lista adiantou que a candidatura do BE às eleições europeias de 26 de maio representa o compromisso com o SNS e com todo o Estado social “sem exceção".
Relativamente aos direitos laborais, a candidata bloquista acusou Bruxelas de "querer desregular ainda mais" a legislação laboral "da direita e da ‘troika'".