Montenegro afirma que "não faria sentido estar na direção" de Rio

por RTP
“Não faria sentido nenhum estar nesta direção”, frisou o ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro na TSF Paulo Novais - Lusa

“Não faria sentido nenhum estar nesta direção”. Luís Montenegro fechou assim a porta, esta quarta-feira, a qualquer cenário que eventualmente passasse por um papel ativo na nova liderança do PSD. O ex-líder parlamentar do partido, nome conotado com a direção cessante de Passos Coelho, sustentou ainda, na rádio TSF, que não cabe a Hugo Soares pôr à disposição de Rui Rio a presidência da bancada laranja.

“Não faria sentido nenhum estar nesta direção, estive na frente de combate durante muitos anos, desde 2010, tenho algumas divergências públicas e que não renego relativamente à estratégia política de Rui Rio e, independentemente de lhe desejar toda a sorte, não serei seguramente uma das suas figuras de direção política, nem devo ser”, vincou Luís Montenegro.

“Não estarei fora do combate, mas não estarei na linha da frente”, acentuou.

Quanto ao futuro imediato de Hugo Soares, Montenegro classificou como “um não tema” as posições já assumidas por antigos líderes do partido. Manuela Ferreira Leite e Luís Marques Mendes defenderam a necessidade de o atual presidente da bancada parlamentar do PSD pôr o lugar à disposição do líder eleito, Rui Rio.

“A confiança do líder parlamentar depende exclusivamente da vontade dos parlamentares, essa coisa de pôr o lugar à disposição do líder do partido não existe, quando muito pode pôr à disposição da bancada”, propugnou.

O antecessor de Hugo Soares reconhece, por outro lado, que bancada e direção do PSD terão de manter “uma colaboração estreita”. É preciso “tempo” e “calma”, prescreveu.

“Nenhum presidente terá sucesso contra os seus deputados nem nenhum grupo parlamentar terá sucesso no seu combate a fazer caminho contra a orientação política do seu presidente”, disse.

Hugo Soares, reforçou Luís Montenegro, “não é líder parlamentar a pedido de Pedro Passos Coelho”. Ainda assim, o próximo presidente do PSD deverá aclarar se “vê na direção do grupo parlamentar eleita condições para uma colaboração ativa permanente”.
“Não havia um candidato meu”

Ainda segundo Montenegro, o PSD está hoje num quadro de “paz interna”, à luz do qual “todos respeitam o resultado” das eleições diretas. O ex-líder parlamentar afiança mesmo não temer “o pior”, depois de ter estado ao lado de Pedro Santana Lopes contra Rui Rio.Luís Montenegro foi líder parlamentar dos social-democratas durante seis anos.


“O pior não temo seguramente, até porque essa expressão não é muito adequada: não havia um candidato meu, havia dois do PSD, eu apoiei um”, sintetizou, antes de apontar o que considerou ser a "grande responsabilidade" do PSD: “Ser um partido alternativo ao PS”.

Luís Montenegro não quis comentar as recentes palavras de Manuela Ferreira Leite, que admitiu ver o PSD “vender a alma ao diabo” para subtrair a esquerda à fórmula governativa.

“Já falei disso antes das eleições, só voltarei a falar no sítio próprio, que é o congresso do PSD, nestas semanas não quero estar a perturbar o trabalho de formação da equipa política dirigente do partido”, rematou.

c/ Lusa
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