Montenegro faz balanço positivo do desafio lançado à liderança PSD

por Andreia Martins - RTP
Tiago Petinga - Lusa

Menos de 12 horas após a aprovação da moção de confiança em Conselho Nacional extraordinário do PSD, o antigo líder parlamentar diz estar “de consciência tranquila”, considerando que o desafio lançado a Rui Rio teve efeitos positivos para o partido.

Precisamente uma semana depois de desafiar o presidente do PSD para a marcação de eleições diretas, Luís Montenegro diz estar de “consciência tranquila” e considera que a sua iniciativa “acordou o gigante adormecido que é o PSD”.

O antigo líder da bancada parlamentar reforçou que a “verdadeira clarificação” do apoio dos militantes deveria ter sido apurada pela marcação de eleições diretas, apesar de reconhecer valor no resultado obtido na madrugada de sexta-feira. “Não desprezo nem ignoro o debate e a deliberação do Conselho Nacional do PSD”, vincou.


Em conferência de imprensa a partir de um hotel em Espinho, Aveiro, Montenegro fez questão de mencionar que “não foi convidado” para o encontro e que foi alvo de “ataques pessoais” desadequados ou falsos.

No entanto, e depois de uma semana de grande agitação no PSD, Montenegro faz um balanço positivo da iniciativa, que considera ter tornado o partido “mais forte”.  

“Estou convencido de que nada vai ficar na mesma. (…) Estou convencido que o PSD se vai concentrar em garantir oposição firme e apresentar ao país uma alternativa forte”, frisou.  
"Este abanão é útil"
Luís Montenegro promete continuar ao lado do partido no ataque ao Governo de António Costa e ao Partido Socialista, pelo que considera serem os fracassos do atual Governo.

Ainda assim, reconhece que "as divergências estratégicas” expostas na semana passada contra a estratégia de Rui Rio para o PSD “não desapareceram de um momento para o outro”.

No entanto, o antigo líder da bancada parlamentar social-democrata promete "não insistir" nessas divergências em declarações públicas futuras. "O partido decidiu como decidiu, está decidido", afirmou.

Em resposta aos jornalistas, Luís Montenegro destacou os efeitos benéficos da "reflexão profunda" no PSD nos últimos dias, sublinhando que "há ainda um trabalho muito grande a fazer" até às eleições.

Montenegro recusa qualquer "taticismo" no momento escolhido para desafiar a liderança do partido e que a decisão apenas partiu da análise do momento atual, sem pensar no futuro ou na questão das listas para os próximos atos eleitorais.

"Este abanão é útil para quem dirige hoje o partido. Creio que Rui Rio tem agora as condições para executar o seu programa", apontou o social-democrata.
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