OE2022. Bloco de Esquerda mantém voto contra após reunião com o primeiro-ministro

por RTP
Tiago Petinga - Lusa

Após reunião durante a manhã deste sábado com o primeiro-ministro, os bloquistas adiantam que o Governo não fez qualquer "aproximação" às nove propostas que foram apresentadas. Por isso, a manter-se este quadro, a Comissão Política do BE proporá à Mesa Nacional a orientação de voto contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022.

O Bloco de Esquerda comunicou ainda ao Governo que, até à votação na generalidade - na próxima quarta-feira, 27 de outubro - estará aberto à negociação.

A Comissão Política do partido, encabeçada por Catarina Martins, irá propor o voto contra já este domingo à Mesa Nacional, o órgão máximo do partido entre Convenções. Esta reunião acontece amanhã e será seguida de conferência de imprensa, marcada para as 16h00.

A decisão surge reforçada depois de uma reunião esta manhã, em São Bento, entre Catarina Martins e o primeiro-ministro António Costa. O Bloco de Esquerda refere que não houve avanços nas negociações.

Reunião com PCP também já terminou
Após a reunião com a líder do Bloco de Esquerda, os encontros na residência oficial prosseguiram com a reunião entre o chefe de Governo e o PCP. O encontro entre António Costa e Jerónimo de Sousa terminou pelas 13h00, mas à saída a delegação dos comunistas não revelou pormenores sobre o que foi discutido.

Também o PCP tem agendada para domingo uma reunião do Comité Central para definir o sentido de voto do Orçamento do Estado para 2022.

Durante a madrugada, o primeiro-ministro acenou com algumas cedências, adiantando desde logo que o Governo pretende subir o salário mínimo para 850 euros em 2025, as pensões "com valor até 1.097 euros" vão ser aumentadas já a partir de janeiro e as creches passam a ser gratuitas, de forma progressiva, até 2025.
As medidas foram adiantadas por António Costa na reunião da Comissão Política do PS. O chefe de Governo afirmou que os socialistas não pretendem que haja eleições legislativas antecipadas, em virtude do chumbo do OE, mas adianta que o partido não teme um eventual escrutínio.

"Não desejamos eleições, mas não tememos eleições. Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, mas não pode ser a qualquer preço", afirmou.
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