Paulo Sande alerta que sistema político tem que ser reformado

por Sandra Henriques

Foto: Mário Cruz/Lusa

Paulo Sande defende que o sistema político tem que ser reformado. O professor universitário é um dos signatários do documento da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social que refere que a confiança dos portugueses está a ser minada pela incerteza.

Em declarações ao jornalista da Antena1 Nuno Rodrigues, Paulo Sande esclarece que a SEDES chegou a essa conclusão após uma análise da situação portuguesa ao longo de vários anos e explica que essa incerteza é causada pela tomada de decisões políticas de forma anárquica, pouco consistente e pouco projetada do futuro.

“São decisões que são tomadas muitas vezes sem dar a perspetiva às pessoas do que significam a médio e longo prazo, e isso afeta muito a confiança das pessoas”, acrescenta.

“As pessoas, ao não terem confiança, ao não saberem com o que é que podem contar no seu futuro imediato, não podem tomar decisões que são relevantes para a própria economia do país”, frisa.

O professor da Universidade Católica considera que “nos últimos anos a incerteza tornou-se dramática” e os cidadãos “muitas vezes não sabem o que vão fazer na semana seguinte”, nomeadamente devido às mudanças nos seus rendimentos. Esta situação faz com que seja dificultada a tomada de decisões de forma estruturada, não só no dia a dia, mas também no planeamento das vidas a curto prazo.

O Orçamento do Estado para 2014 agrava a incerteza dos cidadãos, segundo Paulo Sande, que recorda que nos últimos anos têm sido feitas reformas de forma casuística e que algumas medidas tomadas por um Governo são depois alteradas por outro. É por isso que insta os políticos a mudarem o modo de tomar decisões, embora vá mais longe.

“O sistema político tem que ser reformado. A forma como se faz política em Portugal tem ser alterada. Os cidadãos hoje exigem tomar parte das decisões e essa participação por parte das pessoas tem que ser feita de uma forma consistente para que o sistema político mude e para que esteja ao serviço dos cidadãos, porque é para isso que ele existe”, argumenta.
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