Portugal não pode descansar nas metas do VIH e tem de melhorar diagnóstico precoce - MS

por Lusa

Lisboa, 05 jul 2019 (Lusa) -- A secretária de Estado da Saúde considerou hoje que Portugal "não pode ficar descansado", apesar de ter alcançado as metas da ONU relativas ao VIH/sida, avisando que é preciso trabalhar mais no futuro, sobretudo para diagnosticar a doença mais precocemente.

Raquel Duarte louvou o esforço do país para atingir as metas definidas pelas Nações Unidas para o VIH/sida, mas considerou que não se pode "festejar demasiado" nem "ficar descansado".

"O futuro vai exigir que trabalhemos muito mais. Temos de aumentar a literacia da população, reduzir comportamentos de risco em toda a população, temos de alargar os rastreios e chegar à população que não se considera em risco, temos de garantir uma adesão ao tratamento até ao final", afirmou em declarações à agência Lusa à margem da apresentação de resultados sobre o VIH/sida hoje feita em Lisboa.

A secretária de Estado, que é também médica, vincou a necessidade de as infeções por VIH serem diagnosticadas mais precocemente, reconhecendo que ainda se demora "muito tempo" a chegar ao diagnóstico. A demora média na população em geral é de 3,4 anos, mas no caso dos homens heterossexuais sobe para mais de cinco anos.

"Temos de trabalhar nas populações que percebem o risco, mas também na população que não o reconhece", indicou.

A Direção-geral da Saúde anunciou hoje que Portugal atingiu as três metas definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) quanto ao controlo da infeção VIH/sida.

As três metas definidas pelo programa da Organização das Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) indicavam que até 2020 se devia atingir o objetivo de ter 90% das pessoas infetadas por VIH diagnosticadas e que, dessas, 90% estivessem a fazer tratamento e, por sua vez, 90% delas apresentassem carga viral indetetável.

Para 2030, a ONU determinou que as metas sejam elevadas a 95%.

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