Segundo fonte oficial citada pelo Expresso, o Conselho de Ministros terá decidido adiar sine die um dos mais emblemáticos compromissos do Governo: o de privatizar, total ou parcialmente, a estação pública de rádio e televisão. Entretanto, o consultor do Governo para as privatizações, António Borges, insiste em declarações à Rádio Renascença que a privatização da RTP "vai avançar".
Igualmente sem surpresas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas ter-se-á oposto à privatização total ou parcial da RTP 1 neste momento, ganhando essa "guerra" ao ministro da tutela, Miguel Relvas.
Mesmo a venda de um dos dois canais generalistas, que o CDS aceitara a contragosto incluir no programa do Governo, ficou postergada para um futuro indefinido, tendo em conta as condições actuais do mercado.
Dos ambiciosos propósitos que durante vários meses foram anunciados para a RTP, pouco terá ficado. Miguel Relvas apenas terá recebido a incumbência de reestruturar a empresa, bem como a verba considerada indispensável para a reestruturação: 30 milhões de euros, para pagar indemnizações.
Contrariando mais uma vez a imagem dominante que o Governo transmite sobre a sua própria política, António Borges afirmou entretanto à Rádio Renascença que a privatização da RTP "vai avançar", passando "a gestão para o sector privado". Segundo Borges, isto aplicar-se-ia a todos os serviços da RTP, incluindo os dois canais de televisão em sinal aberto e a rádio.
O antigo director do FMI e responsável da Goldman Sachs afirmou ainda que existem “vários interessados" na compra da RTP, "por quem qualquer pessoa teria o maior respeito”.