O PSD poderá acabar com a possibilidade do voto secreto para sufragar moções de censura ou confiança, listas de candidatos e programas eleitorais, se for aprovada uma proposta de alteração ao regulamento do Conselho Nacional.
De acordo com a proposta a que a Lusa teve acesso, de um grupo de conselheiros nacionais e subscrita, até agora, por uma dezena de comissões políticas distritais, seria eliminada, para certo tipo de decisões, a possibilidade atualmente existente de um décimo dos conselheiros nacionais presentes numa reunião poder requerer a votação secreta.
Em causa está o artigo 13.º do regulamento interno do Conselho Nacional -- que foi polémico nas duas últimas reuniões deste órgão -- e que determina que as votações se realizam por braço no ar com exceção de: eleições, deliberações sobre a situação de qualquer membro do Conselho Nacional e "deliberações em que tal seja solicitado, a requerimento de pelo menos um décimo dos membros do Conselho Nacional presentes".
É sobre este último ponto que se centra a proposta de alteração a votar no Conselho Nacional marcado para sexta-feira, acrescentando ao regulamento que a possibilidade desse requerimento a pedir o método secreto "não se aplica à votação de moções de confiança ou de censura, nem às deliberações sobre proposta de lista de candidatura ou de programa eleitoral a apresentar pelo partido às eleições".
Ou seja, se esta mudança for aprovada, as decisões internas do PSD relativas a moções de censura, moções de confiança -- como a que foi aprovada em janeiro ao presidente Rui Rio -- ou a listas de candidatos a deputados passarão a ser feitas obrigatoriamente de braço no ar.
Contactado pela Lusa, o secretário-geral do PSD, José Silvano, confirmou que esta proposta tem a concordância da secretaria-geral do partido.