Reunião do Grupo de Arraiolos adiada e Festa do Livro em Belém não se realiza este ano

por Lusa
Reuters

A 16.ª reunião do Grupo de Arraiolos, que estava prevista para 8 e 9 de outubro deste ano, em Lisboa, foi adiada, anunciou o Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que não se realiza este ano a habitual Festa do Livro em Belém.

"Face à situação da pandemia, o Presidente da República resolveu adiar a reunião do Grupo de Arraiolos, prevista para Lisboa a 08 e 09 de outubro próximo", lê-se numa nota hoje divulgada.

Na mesma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, refere-se que o Grupo de Arraiolos junta anualmente presidentes não executivos de Estados-membros da União Europeia e foi uma iniciativa lançada por Jorge Sampaio.

Em 2003, o então Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio, promoveu um encontro na vila alentejana de Arraiolos para discutir o futuro da União Europeia com um conjunto de chefes de Estado com poderes semelhantes aos seus.

Em 2018, quando o Grupo de Arraiolos se reuniu em Riga, na Letónia, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que Lisboa iria acolher a reunião de 2020, que cabe a Portugal organizar.

No encontro do ano seguinte, em Atenas, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que na reunião de Lisboa se iria "fazer o balanço e ver o que grupo que reúne todos os anos deve mudar" e analisar se "deve alargar-se e se deve ter ligação com outras realidades, mesmo não europeias".

"O mundo e a Europa mudaram tanto que temos de repensar o Grupo de Arraiolos", considerou o Presidente da República.

Desde a reunião de 2003, em Arraiolos, estes encontros informais têm tido periodicidade anual. Marcelo Rebelo de Sousa, que assumiu funções como Presidente da República em março de 2016, esteve presente na 12.ª reunião, que decorreu nesse ano na Bulgária, na 13.ª, em Malta, em 2017, na 14.º, na Letónia, e na 15.º, na Grécia.
Festa do Livro não se realiza
O Presidente da República justificou ainda a não realização da 5.ª Festa do Livro em Belém com a preocupação de mitigar os riscos de contágio da Covid-19, realçando que esta iniciativa "tem incluído várias manifestações culturais".

"Com as mesmas preocupações de mitigação dos riscos de contágio, também não se realizará este ano a Festa do Livro em Belém, a qual tem incluído várias manifestações culturais, com a exposição de livros, mas também colóquios, exposições e espetáculos teatrais e musicais", afirma o chefe de Estado.

Nesta nota, o Presidente da República refere que "esta orientação" já o levou "a organizar a cerimónia de 10 de Junho em modelo muito restrito nos Jerónimos" - onde decorreu uma cerimónia "simbólica", com apenas dois oradores e seis convidados, como no seu entender deveriam ter sido celebrados o 25 de Abril e o 1.º de Maio.

No dia 29 de maio, após uma visita à livraria Barata, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse aos jornalistas que tinha decidido cancelar a Festa do Livro no Palácio de Belém "para não se sobrepor" à Feira do Livro de Lisboa e a Feira do Livro do Porto, adiadas para finais de agosto e início de setembro devido à pandemia de covid-19.

A Festa do Livro nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa, lançada em 2016, primeiro ano do seu mandato, e reeditada nos três anos seguintes, tem decorrido precisamente nessa altura do ano.

Marcelo Rebelo de Sousa lançou esta iniciativa com objetivo de promover a leitura e apoiar os editores e livreiros.

Nas quatro edições desta festa, com entrada livre, a programação incluiu também debates, concertos, cinema, teatro, jogos didáticos, entre outras atividades para vários públicos.
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