"Pressão não é para mim". Rio reage a palavras de Marcelo sobre Orçamento

por RTP

Foto: Luís Forra - Lusa

Rui Rio respondeu a Marcelo Rebelo de Sousa e lembrou que o próprio primeiro-ministro afirmou que "o seu Governo deixava de fazer sentido no dia em que precisasse do apoio do PSD para aprovar o Orçamento do Estado".

O que implica, afirmou, que "se o Presidente da República disse que deve haver um Orçamento, que não deve haver uma crise, a pressão não é para mim", reagiu o líder social-democrata.

O PSD, "independentemente do que pudesse querer", está "está por assim dizer na bancada à espera que o jogo se inicie", afirmou, referindo que "o jogo é o Governo do dia 12 de outubro entregar a proposta do Orçamento do estado na Assembleia da República".

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que não se compreenderia que o país não tivesse um Orçamento do Estado aprovado quando vai assumir a presidência da União Europeia.

À saída do Conselho Nacional do PSD, Rui Rio não se espantou com as recomendações do Presidente quanto ao Orçamento do Estado.

"Por isso é que ele tem feito também o apelo, a que o Partido Socialista, o Bloco de esquerda e o PCP, façam aquilo que desde o princípio da outra legislatura têm feito que é entenderem-se para fazer o Orçamento do Estado", lembrou.

"A presidência portuguesa é mais um factor, um factor muito importante para a solução política encontrada pelo primeiro-ministro há seis anos", acrescentou, admitindo alguma preocupação se até 1 de janeiro de 2021 não tiver sido encontrada "uma solução orçamental".

Se isso suceder "o problema é grave", considerou.

Para Rui Rio, a não aprovação do OE por parte do Bloco de Esquerda e do PCP é contudo um "não problema" para o PSD, devido às anteriores declarações de António Costa.

Já um cenário de crise política além da crise da pandemia "seria péssimo, uma solução muito má, aliás não seria solução nenhuma, seria uma situação muito má".

"Penso que, quando o primeiro ministro faz ao Bloco de Esquerda e ao PCP um desafio desta ordem de grandeza, dizendo que, inclusivé, no dia em que precisasse do PSD, acabava, está a dizer que, se assim não for, temos uma crise política complicada num quadro complicado".

Rio mencionou uma "crise económica grave" que se vai agravar, uma "crise sanitária" sem fim à vista, uma "crise social" à beira de rebentar, como fatores que deverão fazer outros refletir.
pub