Santana diz que partido não será muleta de ninguém e rejeita bloco central

por Lusa

Braga, 17 dez (Lusa) - Pedro Santana Lopes afirmou no sábado, em Braga, que, se ganhar as eleições para a liderança do PSD, o partido não será "muleta de ninguém" e não estará disponível para um governo de bloco central.

"Não queremos ser segundos de ninguém nem muletas de ninguém. Comigo na liderança, o PPD/PSD só volta ao poder depois de ganhar eleições legislativas em 2019", referiu num encontro que juntou cerca de uma centena de militantes.

Para Santana Lopes, os militantes têm de pensar bem no que cada um dos candidatos "representa e pode representar para a vida do partido, nomeadamente quanto a estas coligações com o bloco central".

"Eu não tomo como fruto do acaso as declarações do mandatário nacional do doutor Rui Rio. E muito menos tomo como fruto do acaso a tentativa de explicar essas declarações que surgiu no dia seguinte. Se o meu mandatário nacional fizesse afirmações como essas, no dia seguinte já não era mandatário nacional, ponto. Porque nenhum militante pode dizer que se o seu candidato não ganhar, ou seja por que razão for, que admite votar no doutor António Costa em eleições legislativas", criticou Santana.

Enfatizou que, com ele na liderança do PSD, não haverá bloco central e alertou para os perigos desta solução governativa.

"Um bloco central num sistema de quatro ou cinco partidos, um governo dos dois principais partidos, leva a uma conclusão muito óbvia: ao crescimento dos extremos do sistema partidário", referiu, apontando o exemplo recente da Alemanha.

Santana diz que quer construir "uma alternativa para ganhar à frente esquerda" e que está "fora de questão" o PSD ser "parceiro de romance" com o PS.

"[O PSD não vai] ficar à espera que o doutor António Costa se desentenda com os partidos à sua esquerda e venha mudar de parceiro de romance e nos venha pedir a nós para nos comprometermos com ele. Fora de questão. Nós somos alternativa programaticamente e politicamente", vincou.

Sublinhou que o PSD não vai sacrificar o interesse de Portugal a "nenhuma coligação conjuntural".

Admitiu que, ganhe quem ganhar as eleições de 13 de janeiro, o PSD "ficará bem servido", mas alertou que o partido "não pode ter uma liderança que aposte na distância ou no silêncio".

"Tem de estar próxima das pessoas", defendeu.

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