À entrada para as derradeiras horas de trabalhos do 27.º Congresso do CDS-PP, Assunção Cristas insistiu, este domingo, no duplo objetivo de “derrotar as esquerdas unidas e ter uma alternativa de centro-direita em Portugal”. Sem abdicar de procurar a conquista de eleitores à tradicional esfera do PSD. Porque “acabou o voto útil”.
Os ponteiros dos relógios já se aproximavam das 4h00 deste domingo quando Assunção Cristas viu aprovada com braços erguidos a sua moção de estratégia global, “Um passo à frente”.
O objetivo, reiterou a líder do CDS-PP, “é tudo fazer, tudo o que está ao alcance, para podermos derrotar as esquerdas unidas e ter uma alternativa de centro-direita em Portugal”.
“É esse o objetivo e nesta matéria as vozes foram de facto unidas”, vincou.
Quanto a Rui Rio, que devolveu o gesto de há três semanas - quando Assunção Cristas esteve no encerramento do Congresso do PSD - e aceitou estar presente no encerramento da reunião magna de Lamego, a líder do CDS-PP martelou a tecla de “uma alternativa de centro-direita”.
“Isso passa por 116 deputados. Hoje acabou o voto útil, o voto está mais livre e as pessoas que se calhar já gostavam de nós, mas que às vezes achavam que eles nunca lá chegam, agora podem achar que chegam E eu direi que quero ser a primeira escolha”, enunciou.
A caminho das urnas onde foram depositados os votos para os órgãos nacionais do partido, Assunção Cristas não quis quantificar o objetivo da eleição de mais deputados nas próximas legislativas.
“Todos os que nos forem confiados pelos portugueses, com muito sentido de humildade e realismo. Nós temos 18 deputados, sabemos bem de onde partimos. O objetivo é termos mais de 18”, sintetizou.
Repetidamente questionada sobre o alcance da ambição eleitoral do partido, designadamente se este terá condições para ir captar eleitorado à esquerda, Cristas sustentou que “todos os partidos e todos os líderes partidários não reclamam a proveniência de votos, um voto é um voto”, para acrescentar, adiante, que “há muito eleitorado que oscila”.
“A fasquia tem que ser alta porque nós temos que sonhar, temos que ter ambição. É o que o país merece. Agora eu digo sempre, em todos os desafios eleitorais, que nós temos humildade e sentido de realidade. Sabemos de onde partimos e onde queremos chegar. Onde chegaremos, isso é o que os portugueses vão dizer”, acentuou.