Tempo de serviço. César afirma que "aquilo que era para fazer já foi feito"

por Carlos Santos Neves - RTP
“Aquilo que era para fazer nesta legislatura – e em consonância também com as possibilidades que o país tem nesse domínio – já foi feito” André Kosters - Lusa

Um dia depois de a coordenadora do BE, Catarina Martins, ter insistido, em Belém, no desbloqueio da “situação de impasse” em torno do tempo de serviço dos trabalhadores do Estado, o presidente do PS, Carlos César, saiu da audiência com o Presidente da República a reiterar que não há capacidade para fazer mais na reta final da legislatura.

“As preocupações do Partido Socialista são grandes, como se sabe, nesses domínios, porque o que aconteceu no passado é que congelaram a progressão nas carreiras aos funcionários públicos, aos professores e a todas as profissões afins da Administração Pública”, respondeu esta terça-feira César, questionado pelos jornalistas sobre o tema evocado na véspera por Catarina Martins.“Para já, nós estamos concentrados em concluir esta legislatura, em executar o Programa de Governo, e em governar bem para merecer a confiança dos portugueses”, frisou Carlos César.


“O que aconteceu depois foi que, com a entrada do Partido Socialista, houve esse descongelamento e a reposição de algum tempo de serviço, que nós procuramos que seja feito de forma equitativa das carreiras especiais e da Administração Pública em geral”, prosseguiu o dirigente socialista.

Carlos César acrescentou, todavia, que “aquilo que era para fazer nesta legislatura – e em consonância também com as possibilidades que o país tem nesse domínio – já foi feito”.

“Nós gostaríamos muito que a governação que temos em curso e que os seus bons resultados se prolongassem no tempo, de modo a permitir que, com sustentabilidade, sejam feitos outros progressos do ponto de vista do aumento dos rendimentos dos funcionários públicos e dos portugueses em geral e é para isso que trabalhamos e que estamos no Governo”, enfatizou.

A delegação do PS falou também ao Presidente daquilo que descreve como a “tranquilidade e a pujança da economia” portuguesa, em resultado “da experiência de sucesso deste Governo”.

Em resposta à líder do CDS-PP, Assunção Cristas, que acusa o Executivo de estar fazer propaganda, crítica entretanto repetida pelo presidente do PSD, Rui Rio, César arguiu que “a oposição não pode aprisionar o Governo numa sala, impedindo-o de mostrar sucessos alcançados”.“Não é aceitável, seja nas escolas, no SNS, nas forças de segurança, nos tribunais, onde quer que seja, que trabalhadores que têm 15 anos de serviço estejam a receber o mesmo que trabalhadores que começaram a trabalhar agora”, repudiou Catarina Martins.

Na segunda-feira, à saída da audiência do Bloco de Esquerda com Marcelo Rebelo de Sousa, Catarina Martins indicou ter comunicado ao Presidente da República o que considera ser a necessidade de pôr termo ao “impasse” em matéria de contagem de tempo de serviço dos funcionários públicos.

A coordenadora do Bloco disse ainda que o partido transmitiu isso mesmo, na semana passada, durante uma reunião com o primeiro-ministro.

“Nós reunimos a semana passada com o senhor primeiro-ministro e agora transmitimos ao senhor Presidente da República que achamos que é necessário desbloquear uma situação de impasse entre o Governo e os trabalhadores do Estado”, adiantou ontem Catarina Martins.

A dirigente bloquista reconheceu que “não é possível, no último ano da legislatura, acolher todas as reivindicações ou fazer tudo de uma vez”, mas sublinhou também que “há uma reivindicação essencial e que pode desbloquear a situação”, garantindo “melhores condições aos serviços públicos, aos trabalhadores e a todos os utentes”.

“É a contagem do tempo de serviço para efeito de descongelamento das carreiras e permitindo, portanto, a progressão nas carreiras”, carregou.

c/ Lusa
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