Teve o Facebook um papel na vitória de Donald Trump?

por RTP
As notícias falsas no Facebook podem ter ajudado à ascensão de Donald Trump? Mark Zuckerberg responde pela negativa Stephen Lam - Reuters

A proliferação de notícias falsas no Facebook está a dar que falar, mas Mark Zuckerberg tem resposta para isso. O fundador da rede afirmou esta semana numa conferência tecnológica na Califórnia que a sua empresa não deve ser responsabilizada pela eleição de Donald Trump.

“A ideia de que as notícias falsas no Facebook influenciaram de alguma forma a eleição é uma ideia muito louca”, diz Zuckerberg.

Vivemos numa "sociedade em rede", mas nem tudo o que se passa no mundo é culpa das redes sociais, na perspetiva de Zuckerberg.

“Os eleitores tomaram as suas decisões com base nas experiencias vividas”, argumentou o fundador do Facebook, ilibando a rede de qualquer responsabilidade na vitória do candidato republicano.
O que são as “bolhas de filtro”?
Ainda na mesma conferência, Mark Zuckerberg minimizou as preocupações dos utilizadores do Facebook sobre a existência de “bolhas”.

A verdade é que o feed de notícias do Facebook está cada vez mais personalizado. Os utilizadores só têm acesso a notícias e opiniões que refletem os próprios pontos de vista.

Mark Zuckerberg rejeita esta ideia, afirmando que a maioria dos utilizadores tem amigos com pontos de vista políticos diferentes.
O Facebook informou que 115,3 milhões de utilizadores geraram 716,3 milhões de posts, gostos e comentários sobre a eleição. Já o Twitter registou mais de 75 milhões de tweets relacionados com o processo.
“Mesmo que 90 por cento dos seus amigos sejam democratas, provavelmente 10 por cento são republicanos”, frisou.

Ou seja, embora as pessoas tenham amigos com pensamentos similares, quase todos os utilizadores têm alguém na sua lista de contactos que rompe com o molde de alguma maneira.

Zuckerberg explicou que o Facebook detetou que as pessoas estão cada vez menos inclinadas a clicar em links ou a ler textos que divergem de seus pontos de vista. As pessoas só entendem o que é do seu interesse e o que realmente lhes importa. Por esta razão abandona a hipótese da existência de "bolhas" que possam influenciar as opiniões dos utilizadores.

“Estas eleições fazem uma diferença real no mundo, mas não é correto dizer que mudam o arco fundamental da tecnologia ou o seu progresso ao longo do tempo”, afirmou.

O feed de notícias do Facebook evoluiu desde os primeiros dias, passando de algo que servia para partilhar alguns factos pessoais com amigos ou familiares a uma plataforma para a difusão notícias importantes.
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