Bombeiros esperam controlar fogos durante a noite

por Agência LUSA

O coordenador distrital das Operações de Socorro de Santarém afirmou hoje que as autoridades esperam controlar os 15 fogos que lavram em todo o distrito nas próximas horas, com o arrefecimento nocturno.

às 18:00, a situação mais preocupante ocorria na freguesia da Serra, em Tomar, onde um fogo, com "três frentes identificadas" ainda lavra sem controlo, uma situação mais dificultada pelo elevado número de reacendimentos, explicou Joaquim Chambel.

Trata-se de uma zona "muito inclinada" onde o fogo "faz projecções de chamas muito longe", criando dificuldades adicionais aos bombeiros, explicou.

Só no concelho de Tomar, que tem três incêndios activos, a Protecção Civil tem envolvidos 140 bombeiros a combater vários pontos espalhados.

Durante a tarde, o fogo destruiu uma dezena de habitações abandonadas, vários barracões agrícolas e uma casa, recém-construída, que estava desabitada.

Em todo o distrito, estão a combater as chamas três centenas de bombeiros de 41 corporações, apoiados por 86 viaturas e um helicóptero de uma empresa de celulose, acrescentou Joaquim Chambel.

O fogo mais grave que lavra no distrito teve início em Amoreira, onde a população ainda não se refez do susto.

"Hoje ninguém vai dormir. Isto foi muito complicado e não queremos passar de novo pelo mesmo", afirmou Vítor Santos, um dos muitos residentes que ajudou os bombeiros a combater as chamas.

à beira das estradas, vários barracões agrícolas e currais ficaram destruídos pelas chamas e muitos muros das habitações apresentam sinais de que o fogo também andou por lá.

Horas mais preocupantes viveram os residentes em Carvalhal, a um quilómetro da sede da freguesia, já que os sucessivos reacendimentos num vale junto às habitações envolveu dezenas de bombeiros e moradores.

"Bem tentamos, mas ainda não conseguimos parar o fogo e os bombeiros não estão cá", desabafou José Graça, de ar visivelmente esgotado pelo combate às chamas.

Fernanda Rebelo é uma das muitas moradoras que faltou hoje ao trabalho para vir ajudar a proteger os terrenos agrícolas da família.

"Estava na fábrica e soube o que é que se passou e decidi voltar para cá. Ainda deu para limpar uma vinha", disse, enquanto apoiava o marido a tentar apagar, com máquinas de sulfatar, um pequeno reacendimento perto de Castelo Novo.

A falta de limpeza dos terrenos tem sido uma das principais preocupações da Protecção Civil de Santarém que apelou hoje, de novo, à população para eliminar o mato rasteiro em redor das habitações.

"Fazemos de novo o apelo para que as pessoas limpem a zona envolvente. Só assim é possível diminuir o risco das casas arderem", afirmou Carlos Catalão, chefe de gabinete do governador civil de Santarém.

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