Brexit. Líderes da UE propõem adiamento até 31 de outubro

por RTP
"A UE a 27 acordou uma extensão do Artigo 50.º. Encontrar-me-ei agora com a primeira-ministra Theresa May para ter a concordância do governo britânico", escreveu Donald Tusk no Twitter Kenzo Tribouillard - Reuters

Os líderes europeus reunidos no Conselho Europeu extraordinário sobre o Brexit concordaram na extensão do artigo 50 até 31 de outubro de 2019. A primeira-ministra britânica, Theresa May, tinha pedido aos 27 um adiamento até dia 30 de junho, data em que haverá uma nova avaliação do processo.

Este novo prolongamento prevê uma revisão intercalar do processo de saída do Reino Unido da União Europeia em junho, mas o prazo máximo concedido é de 31 de outubro.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou no Twitter o consenso a que chegaram os líderes europeus esta quinta-feira, por volta das 0h30 locais (menos uma hora em Lisboa), ao fim de seis horas de Conselho Europeu, em Bruxelas.


"A UE a 27 acordou uma extensão do Artigo 50.º. Encontrar-me-ei agora com a primeira-ministra Theresa May para ter a concordância do governo britânico", escreveu Donald Tusk no Twitter.

O novo prolongamento prevê que o Reino Unido participe nas eleições europeias (23 a 26 de maio) caso o Parlamento britânico não ratifique o Acordo de Saída até essa data. Segundo a proposta da União Europeia, o Reino Unido deverá participar nas eleições europeias de forma a continuar no bloco comunitário a partir de 1 de junho.

Esta extensão do prazo de saída do Reino Unido foi concedido três semanas depois de um primeiro adiamento. Inicialmente, o Brexit deveria ter acontecido até 29 de março, mas Bruxelas permitiu um adiamento até 12 de abril, há três semanas.
Reportagem do correspondente da RTP em Bruxelas Duarte Valente

Desta vez, a primeira-ministra britânica, Theresa May, tinha pedido uma extensão até dia 30 de junho, mas a União Europeia acabou por conceder uma extensão mais longa, tendo em consideração as dificuldades internas que o executivo britânico tem enfrentado.

Desde o final das negociações entre Londres e Bruxelas e a finalização do acordo de saída, em novembro de 2018, que o Parlamento britânico reprovou esse mesmo documento em três votações que representaram derrotas históricas para May.

No imediato, esta nova extensão do prazo evita uma saída desordenada na próxima sexta-feira e dá pelo menos mais três meses para que os parlamentares britânicos procurem chegar a um consenso.

Na decisão dos líderes europeus terá também pesado o calendário pós-Europeias, ou seja, o facto de a futura Comissão Europeia entrar em funções a 1 de novembro.
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