Parlamento Europeu dá luz verde à nomeação de Elisa Ferreira

por RTP
A nomeação de Elisa Ferreira vai ainda a votos do Parlamento Europeu a 23 de outubro, em conjunto com os restantes comissários François Walschaerts - Reuters

Está aprovada a nomeação de Elisa Ferreira para o cargo de Comissária Europeia com a pasta da Coesão e Reformas.

Depois de sujeitarem a candidata a uma audição de três horas, ao final do dia de quarta-feira, os coordenadores das comissões de Desenvolvimento Regional, Orçamento e Assuntos Económicos e Monetários reuniram-se esta manhã e deram parecer positivo àquela que é a primeira mulher portuguesa nomeada para o cargo de Comissária Europeia.

Na reunião, os elementos dos grupos políticos deram parecer favorável a Elisa Ferreira, acompanhado por um elogio geral à prestação da portuguesa na audição do dia anterior.

A comissão parlamentar, que teceu "elogios rasgados" à comissária indigitada por Portugal, considerou que a política portuense, de 63 anos, possui as competências necessárias para integrar o colégio de comissários e para desempenhar as funções específicas que lhes foram confiadas.

Ainda assim, a coordenadora do Identidade e Democracia, de extrema-direita, deixou a sala antes da votação. Francesca Donato havia manifestado oposição à aprovação do nome da antiga governante portuguesa.

Este parecer, que incluirá ainda o parecer das comissões associadas, as de Orçamentos e de Assuntos Económicos e Monetários, só será tornado público no final de todas as audições aos comissários indigitados, em 17 de outubro, aquando da Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu.

A nomeação de Elisa Ferreira vai ainda a votos do Parlamento Europeu a 23 de outubro, em conjunto com os restantes comissários nomeados por Ursula von der Leyen.

A tomada de posse está marcada para 1 de novembro.
"Trabalhar em conjunto"
Na audição de quarta-feira, Elisa Ferreira apresentou o seu plano de trabalho e frisou a necessidade de instrumentos de intervenção adequados às necessidades de cada território, “ajudando à transição para uma economia digital, ecológica. Não deixamos para trás nenhuma região nem ninguém”.

Para Elisa Ferreira, reformas e coesão têm de "trabalhar em conjunto" e reforçar-se uma à outra, não o contrário.

A questão dos cortes nos fundos europeus de coesão propostos pela Comissão Europeia, que irá afetar Portugal, dominou as questões dos eurodeputados portugueses.

Elisa Ferreira garantia não haver necessidade para preocupações. “O meu empenhamento em questões de coesão não é de agora. As minhas convicções também não”, realçando que a proposta da Comissão é apenas um documento de trabalho, mais conservador para permitir eventuais subidas durante o processo.

Elisa Ferreira, 63 anos, foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, foi eurodeputada entre 2004 e 2016, tendo ocupado desde setembro de 2017 o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
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