Bruxelas considera "essencial" que UE aumente investimentos e produtividade

por Lusa

A Comissão Europeia considerou hoje "essencial" que, num clima de crescente incerteza a nível mundial, os Estados-membros da União Europeia promovam os investimentos e aumentem a produtividade, prosseguindo políticas orçamentais responsáveis.

No "pacote de inverno do semestre europeu" hoje publicado, a cerca de dois meses de os Estados-membros terem de apresentar a Bruxelas os respetivos programas nacionais de reformas e de estabilidade ou convergência, o executivo comunitário, após proceder a uma "radiografia" ao conjunto das 28 economias, aponta que "os desafios variam consideravelmente de um país para outro, requerendo por isso medidas apropriadas".

Apontando que, em 2019, a economia europeia deverá crescer pelo sétimo ano consecutivo, "mas a um ritmo mais moderado", o executivo comunitário começa por registar que "o nível de emprego nunca foi tão elevado e os números do desemprego estão nos níveis mais baixos" e saudar o facto de "as finanças públicas terem igualmente melhorado a todos os níveis, mesmo se certos países permanecem confrontados com níveis de dívida elevados".

Bruxelas sublinha, no entanto, que "subsistem desafios a superar", destacando que "os níveis de produtividade permanecem fracos, o envelhecimento da população intensifica-se e as mutações tecnológicas rápidas têm uma forte incidência sobre os mercados de trabalho".

"O rendimento real das famílias permanece inferior aos níveis registados antes da crise em determinados Estados-membros, o desemprego dos jovens baixou consideravelmente mas permanece a um nível inaceitável em certos Estados-membros", nota também a Comissão.

O executivo comunitário argumenta então que, "num momento em que a incerteza é mais marcante a nível mundial, é essencial que os Estados-membros da UE intensifiquem os seus esforços para estimular a produtividade, melhorar a resiliências das suas economias e assegurar que o crescimento económico beneficia todos os cidadãos".

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, comentou hoje que, com o crescimento a desacelerar este ano, "é mais importante que nunca que os governos atuem para reforçar a resiliência das economias" da UE, designadamente através da "redução da dívida, promoção da produtividade, crescimento e melhoria dos investimentos e luta contra as desigualdades".

Tendo por base os "relatórios por país" hoje divulgados, que serão apreciados pelo Conselho de ministros das Finanças (Ecofin), a Comissão Europeia indica que, ao longo dos próximos dois meses, manterá reuniões bilaterais com os Estados-membros, com comissários a viajarem até cada capital para encontros com os governos, parlamentos nacionais e parceiros sociais.

Bruxelas aponta que estas visitas compreenderão igualmente discussões sobre como "os futuros fundos da política de coesão da UE poderão contribuir para responder às necessidades de investimento específicas de cada Estado-membro".

Em abril próximo, os Estados-membros deverão apresentar os seus programas nacionais de reformas, a detalhar as suas prioridades nacionais em matéria de reforma, e os seus programas de estabilidade (no caso dos países da zona euro) ou convergência (para os países que não têm a moeda única), a expor as suas estratégias orçamentais plurianuais.

"Com base nestes programas, a Comissão apresentará na primavera as suas propostas para uma nova série de recomendações por país, dirigindo-se aos principais desafios no horizonte 2019-2020", aponta o executivo comunitário, lembrando que "as recomendações compreenderão igualmente as orientações orçamentais", baseadas nas previsões de primavera da Comissão, que já integrarão os dados orçamentais finais de 2018 validados pelo Eurostat, o gabinete oficial de estatísticas da UE.

 

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