Bruno Carvalho legitimado pelos sócios do Sporting

por Marcos Celso - RTP
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A votação dos sócios permite a Bruno de Carvalho permanecer na presidência do Sporting.

A votação de 89,55% confirma a permanência de Bruno de Carvalho à frente da direção. A polémica alteração de Estatutos do Sporting foi aprovada com 87,3% dos votos, enquanto o Regulamento Disciplinar obteve 87,8%.

A direção e os orgãos sociais mereceram a confiança de 89% dos votos.

O Sporting Clube de Portugal viveu este sábado uma assembleia-geral histórica onde os sócios iriam votar três propostas: a alteração de estatutos, a criação de um regulamento disciplinar e a continuidade dos órgãos sociais. 

Os três pontos precisavam de obter 75 por cento dos votos dos associados para que o presidente leonino não se demitisse.

Isso mesmo foi alcançado, o que garantiu a legitimação dos sócios a esta direção. 

Durante a tarde, no arranque da assembleia-geral, Bruno de Carvalho voltou a defender o regulamento disciplinar realçando que não é mais do que algo que existe noutras instituições. 

Num discurso com vários ataques, nem o antigo treinador Marco Silva foi poupado, tal como os antigos presidentes Godinho Lopes, Dias da Cunha e José Roquete. Respondendo a um das críticas que lhe é feita, Bruno de Carvalho descreveu-se como um líder populista, com muito orgulho. 

Já depois de conhecidos os primeiros resultados da votação e do discurso de Bruno de Carvalho, com forte críticas à comunicação social portuguesa, os ânimos em Alvalade estiveram exaltados no exterior, o que obrigou a uma maior atenção das forças de segurança.

O presidente da Mesa da AG, Jaime Marta Soares, anunciou que a continuidade dos órgãos sociais foi aprovada com 89,55% de votos favoráveis, numa reunião magna com a presença de quase 6.000 sócios e que se realizou no Pavilhão João Rocha, em Lisboa. Jaime Marta Soares considerou que foi "um dia histórico na vida do Sporting Clube de Portugal".

Esta reunião magna aconteceu duas semanas depois de uma outra em que Bruno Carvalho foi confrontado com críticas às alterações propostas pelo Conselho Diretivo e acabou por retirar os pontos da discussão e abandonar a AG.

Entre as alterações aos estatutos está a criação de um conselho estratégico, composto no máximo por 15 elementos escolhidos pelo presidente da direção e que substituirá o Conselho Leonino, órgão consultivo com 50 membros que Bruno de Carvalho se propõe extinguir no final do mandato.

As mudanças no regulamento disciplinar preveem um agravamento do período máximo de suspensão de sócios de um para oito anos para infrações às normas, além de novas redações relativas aos deveres dos sócios, definindo uma série de atos e comportamentos que serão considerados lesivos para o Sporting.

O presidente do Sporting tinha anunciado que se demitia de imediato no caso de um dos dois primeiros pontos não passar, o que aconteceria se não tivessem 75% de votos favoráveis, como determinam os estatutos, e definiu a mesma margem para se manter no cargo, assegurando que, se saísse, não se recandidatava.

Bruno de Carvalho foi eleito pela primeira vez em 2013, com uma votação superior a 50%, tornando-se o 42.º presidente do Sporting, e foi reconduzido há menos de um ano com uma vitória esmagadora, de 86,13%.

c/Lusa
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