Bruno de Carvalho acusa Marta Soares de acionar "bomba atómica"

por RTP
"Explicámos que isto colocará em causa o empréstimo que era realizado entre o final deste mês e o princípio do próximo" Miguel A. Lopes - Lusa

Caído o pano sobre a reunião dos órgãos sociais do Sporting, da qual saiu a marcação de uma Assembleia Geral destitutiva para 23 de junho, Bruno de Carvalho disse estar a viver "um dos dias mais tristes" no clube. Acusou ainda Jaime Marta Soares de ter recorrido a uma "bomba atómica" sem razões para tal.

"Quero dizer que hoje é um do dias mais tristes que vivi no Sporting. É o momento institucional mais triste da minha vida e acredito que estou a falar por todos. Nós pedimos várias vezes, dando todos os argumentos à mesa de Assembleia geral e ao conselho fiscal e disciplinar do clube para que não fizessem o que fizeram hoje. Explicámos que isto colocará em causa o empréstimo que era realizado entre o final deste mês e o princípio do próximo", começou por dizer o presidente leonino.

Bruno de Carvalho respondeu assim ao presidente demissionário da Assembeia Geral, Jaime Marta Soares, que convocou uma Assembleia-Geral para o próximo dia 23 de junho, tendo por objetivo colocar à apreciação dos sócios a destituição de Bruno de Carvalho e o conselho diretivo do Sporting.
Acusações à MAG e Conselho Fiscal
"Pedimos que não fizessem isto que fizeram hoje", declarou Bruno de Carvalho sobre a reunião que teve com os órgãos sociais do clube de Alvalade. O presidente dos Leões acusou a Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal de não ser sensível aos superiores interesses "do Sporting Clube de Portugal e da SAD".

"Deitaram abaixo todo o trabalho feito pelos bancos" e acrescentou que a situação vivida "põe em causa a preparação da época, venda de jogadores, põe em causa colocar a escrito a nova restruturação financeira".

Bruno de Carvalho afirmou que a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal recusaram todas as propostas do Conselho Diretivo e que deu hipóteses a esses dois órgãos para verificar se havia indícios de irregularidades.

"Foi-nos dito que não queriam entrar em discussões. Caso houvesse indício de algo no clube íamos falar", declarou.

O líder leonino ainda falou em "caprichos", alegando que "não é compreensível como se coloca em causa tudo isto". Bruno de Carvalho considerou que é legítimos os órgãos sociais não quererem fazer do projeto do Sporting mas acusa que não são legítimas "a pressão e a coação" para demitir o Conselho Diretivo.

"É penoso, nós temos famílias", disse o presidente leonino.
Críticas a Frederico Varandas

Para além das palavras acusatórias a Jaime Marta Soares, Bruno de Carvalho não deixou passar a demissão de Frederico Varandas, chefe da equipa médica do Sporting. Após tornar oficial a saída do clube de Alvalade o médico anunciou que pode candidatar-se à presidência dos Leões.

Bruno de Carvalho afirmou que não vai deixar que o Sporting seja tomado de assalto. "Nunca deixámos, não vamos deixar. Se há coisa que não fazemos é desertar".

O líder leonino aludiu à carreira militar de Frederico Varandas e acusou o médico de fugir e de abandonar os colegas em tempos de guerra.

"Eu nasci em 1972, fui posto na reserva militar, mas tenho mais honra do que alguém que apareceu hoje. Sabe porquê? Porque nunca se abandona um companheiro de guerra e se passa para o lado do inimigo".

"É pena que não nos estejam a dar a possibilidade de recuperarmos foi ouro para os nossos rivais".
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