Sporting defende que recontagem dos títulos "mantém-se viva e tem pernas para andar"

por RTP
António Cotrim - Lusa

O vogal da direção do Sporting Miguel Nogueira Leite defendeu hoje que a alteração na categorização das provas nacionais disputadas entre 1921 e 1938 “mantém-se viva e tem pernas para andar”, após ser rejeitada em Assembleia-Geral (AG).

“É uma não-decisão. O tema mantém-se vivo e nós vamos continuar a mantê-lo vivo também. Tem pernas para andar e não houve um parecer que tenha sido votado em detrimento de outro. Não há uma solução que foi adotada. É uma não-subscrição destes pareceres e o tema mantém-se automaticamente vivo", expressou o dirigente à comunicação social, após concluída a reunião magna realizada na sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na Cidade do Futebol.

Para Miguel Nogueira Leite, o “resultado tem de ser analisado” e defende que os delegados presentes na AG "não teriam condições para decidir”.

“Temos de olhar e ver os mecanismos que temos ao nosso dispor. Em função disso, veremos qual será a melhor solução referente ao tema. No seu conjunto, havia ali uma ideia na Assembleia-Geral que os delegados não teriam condições para decidir”, explicou.

Na reunião magna realizada na sede da FPF, na Cidade do Futebol, a maioria dos delegados (33) daquele órgão social federativo opôs-se à recontagem dos títulos, rejeitando, desta forma, os três pareceres que tinham sido levados a votação, um dos quais apresentado pelo Sporting.

Dos restantes delegados e sócios, 13 votaram favoravelmente no primeiro parecer, oito votaram a favor do terceiro e apenas um votou no segundo parecer.

O primeiro parecer levado a votação defendia que os vencedores do Campeonato de Portugal entre 1921/22 e 1933/34, e do Campeonato da Liga, disputado em simultâneo, a título experimental, entre 1934 e 1938, fossem declarados campeões nacionais, enquanto os vencedores do Campeonato de Portugal entre 1934/35 e 1937/38 seriam consagrados como vencedores da Taça de Portugal.

O segundo identificava o Campeonato de Portugal como antecessor da Taça de Portugal, que começou a ser disputada em 1938/39, e o Campeonato da Liga como correspondente do campeonato nacional.

A proposta apresentada pelo Sporting, que venceu o Campeonato de Portugal em 1922/23, 1933/34, 1935/36 e 1937/38, defendia o reconhecimento destes títulos como de campeão nacional.

Esta competição foi ainda vencida quatro vezes pelo FC Porto (1921/22, 1924,25, 1931/32 2 1936/37), três pelo Benfica (1929/30, 1930/31 e 1934/35) e pelo Belenenses (1926/27, 1928/29 e 1932/33) e uma pelo Olhanense (1923/24), pelo Marítimo (1925/26) e pelo Carcavelinhos (1927/28).

Já o Campeonato da Liga, ou Liga Experimental, foi vencido três vezes pelo Benfica (1935/36, 1936/37 e 1937/38), depois da conquista do FC Porto no ano de estreia (1934/35).

Em 19 de janeiro de 2019, o assunto foi debatido na Assembleia da República (AR), tendo os vários grupos parlamentares considerado que o reconhecimento das edições do Campeonato de Portugal realizadas entre 1922 e 1938 é matéria, dada a sua especificidade, da competência da FPF.

O tema foi levado a debate na sessão plenária na AR sob a forma de uma petição liderada por Alexandre Silva Almeida, com 4.470 subscritores, que pretendia ver reconhecidos como títulos de campeão nacional as 17 edições do Campeonato de Portugal.
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