Surf Out Portugal debate desenvolvimento da modalidade em Portugal

por Lusa
Foto Rafael Marchante - Reuters

O desenvolvimento do surf em Portugal foi um dos temas debatidos na Surf Out Portugal pelo ex-surfista Tiago Pires e por Greg Healy, CEO da Boardriders, Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, e Paddy Cosgrave, cofundador da Web Summit.

O 'cluster' do surf foi o mote para uma partilha de opiniões e experiências, em prol do desenvolvimento de uma modalidade que, de acordo com o painel reunido na Fiartil, no Estoril, está em franco desenvolvimento em território nacional e tem ainda uma grande margem de progressão.

"Estou confiante em relação ao futuro, há uma tremenda energia vibrante nesta indústria em Portugal. Conheço esta comunidade há cerca de 20 anos. Portugal tem uma grande oferta, em termos de condições, e o Tiago [Pires] e outros atletas ajudaram nesse desenvolvimento. Acredito que Portugal tem um grande futuro e muito por onde crescer", destacou Greg Healy.

Tiago Pires, além de destacar as facilidades naturais para praticar surf em toda a zona costeira, congratula-se pelo facto de se "começar a olhar para o que há em território nacional e ver potencial".

"Foi potenciado por mim, mas há novas gerações com condições para serem das melhores do mundo. Temos feito um bom progresso. Acredito que podemos e vamos crescer como país de surf e os resultados vão surgir naturalmente”, referiu o primeiro português a chegar ao circuito mundial.

Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, por sua vez, admitiu ver na modalidade um bom meio de promoção do país além-fronteiras, através de diversas campanhas e da organização de grandes eventos em território nacional.

"O surf é mais do que um desporto, é um modo de vida, e nós trabalhamos para promover a imagem de Portugal. Desenvolvemos várias campanhas nesse sentido e é muito interessante porque é uma modalidade que pode ser praticada ao longo de todo o ano e em toda a zona costeira. Queremos trazer pessoas do surf para viver, trabalhar e estudar em Portugal, que é um destino imbatível e apresenta maior valor do que qualquer outro país”, referiu.

Depois de Luís Araújo destacar "o grande número de oportunidades" e a necessidade "de a indústria trabalhar em conjunto, como um todo, para criar mais valor, por forma a atingir o cluster", Paddy Cosgrave lembrou da importância de tornar a modalidade acessível a todos, sobretudo crianças e jovens, e das novas tecnologias.

"Na última década, Portugal tornou-se um país muito convidativo. Vejo Portugal como a Califórnia da Europa. É onde todos querem estar. O Instagram e o Youtube têm sido e podem ser ferramentas muito importantes para promover Portugal como destino de surf. A tecnologia está em tudo. Os conteúdos da Nazaré, por exemplo, são partilhados no Youtube e no Instagram milhares de vezes. Esse é o poder das redes sociais", frisou.

Tal como o cofundador da Web Summit, o CEO da Boardriders também defendeu a necessidade de "recuperar a essência do surf, com os atletas" que fomentam e ajudam a desenvolver a modalidade.

"Foi o Tiago Pires que colocou Portugal no mapa do surf e fez do desporto algo que os jovens podem aspirar. Podemos ter os maiores eventos, mas é importante ter atletas para que seja uma modalidade atrativa e faça os jovens sonhar com uma carreira. Julgo que esta é a chave para a longevidade do surf em Portugal", finalizou Healy.
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