Cuba abre portas à Google

por RTP
O acordo foi assinado em Havana por Eric Schmidt, presidente da Alphabet Inc, titular da Google, e pela presidente da Etecsa, Mayra Arevich Marin Alexandre Meneghini - Reuters

A empresa cubana de telecomunicações Etecsa assinou um acordo com a Google que permitirá um acesso mais rápido a conteúdos online, através da instalação de servidores disponibilizados pela multinacional norte-americana.

A Google e a Etecsa assinaram o acordo nas últimas semanas de Presidência de Barack Obama.

Ao abrigo deste contrato - assinado em Havana por Eric Schmidt, presidente da Alphabet Inc, titular da Google, e pela presidente da Etecsa, Mayra Arevich Marin - é permitido ao gigante tecnológico instalar servidores em toda a ilha, tendo em vista melhorar a velocidade e conetividade de produtos como o Gmail e o YouTube.Cuba tem dos acessos online mais limitados e caros do mundo.


O acordo eliminará alguns dos obstáculos da Internet em Cuba - diminuirá a distância e o alcance terrestre do sinal online, aumentando até dez vezes a rapidez de navegação.

No entanto, será pouco provável o aumento do número de utilizadores. À maioria da população não é permitido utilizar a Internet a partir de casa e as poucas conexões domésticas existentes são ilegais.

O Governo de Havana cobra o equivalente ao salário médio por um acesso de dez horas de Internet em pontos públicos de Wi-fi.

Atualmente o servidor da web mais próximo da cidade de Havana pertence à Venezuela, dificultando a utilização por parte da comunidade cubana.
Implicações Políticas

Barack Obama restaurou as relações diplomáticas com Cuba no início deste ano, depois de cinco décadas de hostilidades entre dois dos rivais da Guerra Fria.

O novo programa da Google poderá ser entendido como via de estreitamento de laços entre Washington e Havana, assinalando uma nova abertura comercial.

Mesmo forças políticas cubanas que defendem uma linha partidária mais dura têm pressionado o Governo de Raúl Castro a melhorar o acesso público à informação.

Depois de meio século sem laços económicos, os Estados Unidos não possuíam qualquer ligação de dados com Havana.

Ainda não é claro se o sucessor de Obama, Donald Trump, manterá a política de aproximação entre os dois países.
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