Em direto
Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito entre Irão e Israel ao minuto

Facebook partilha dados de utilizadores com empresas chinesas

por RTP
O Congresso desconfia que a Huawei tenha uma relação próxima com o Partido Comunista Chinês, cedendo-lhe informações que possam ser utilizadas para espionagem Reuters

O Facebook confessou ter partilhado dados dos utilizadores com quatro empresas chinesas, incluindo a Huawei, a maior fabricante mundial de smartphones.

A empresa de computadores Lenovo e os fabricantes de smartphones OPP e TCLCorp também se encontram na lista de 60 fabricantes de dispositivos móveis que tiveram acesso a dados dos utilizadores do Facebook. O acesso foi dado após as empresas terem assinado contratos para recriar a experiência da rede social nos seus dispositivos.

O assunto surgiu após uma investigação do jornal The New York Times. O diário norte-americano revelou que o acordo estabelecido com as 60 empresas deu acesso a dados pessoais dos utilizadores, sem o seu consentimento explícito. Entre os dados contam-se informações como religião, tendências políticas, amigos, eventos e estado civil.

O Facebook já negou estas afirmações, garantindo que os dados fornecidos apenas permitiam que os utilizadores tivessem acesso a certas definições de conta nos dispositivos móveis. "Queremos clarificar que toda a informação partilhada com a Huawei foi armazenada nos dispositivos e não nos servidores da Huawei", afirmou Francisco Varela, vice-presidente do Facebook responsável pela parceria com dispositivos móveis.

Apesar disso, a rede social afirma que mais de metade das parcerias já foram encerradas. Na terça-feira, afirmou que o contrato com a Huawei seria encerrado esta semana. O acordo com as restantes três empresas chinesas também será cancelado.
Huawei investigada pelos EUA em 2012

A Huawei já esteve sob a investigação do Congresso dos Estados Unidos em 2012. O Congresso desconfia que a Huawei tenha uma relação próxima com o Partido Comunista Chinês, cedendo-lhe informações que possam ser utilizadas para espionagem.

“Este acesso levanta questões legítimas, pelo que estou curioso para saber mais sobre como o Facebook assegurou que a informação dos seus utilizadores não foi enviada para servidores chineses”, declarou Mark Warner, vice-presidente do Comité dos Serviços Secretos.

Hua Chunying, porta-voz do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, declarou a partir de Pequim que não tem comentários a fazer sobre a cooperação entre as companhias e que desconhecia a situação.

“As integrações do Facebook com a Huawei, Lenovo, OPPO e TCL foram controladas desde o início e nós aprovamos as experiências da rede social que estas companhias construíram”, afirma Francisco Varela em comunicado.

Este ano, em abril, Mark Zuckerberg, criador da rede social Facebook, esteve no Congresso norte-americano para testemunhar no caso que envolve a empresa Cambridge Analytica, que usou indevidamente dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook.

Em maio, Zuckerberg foi ouvido no Parlamento Europeu e pediu desculpa pelo uso indevido de dados pessoais dos utilizadores.
Tópicos
pub