Facebook, Twitter, Microsoft e YouTube juntam-se com lema antiterrorista

por RTP
Dado Ruvic - Reuters

Quatro dos gigantes da Internet vão unir-se para a criação de uma base de dados conjunta que permita localizar e remover conteúdos extremistas dos seus websites. Os principais alvos do Facebook, Twitter, Microsoft e YouTube são os vídeos de recrutamento terrorista e as imagens violentas relacionadas com o radicalismo islâmico.

As empresas comunicaram esta semana que a base de dados vai conter as “impressões digitais” numéricas das imagens e vídeos removidos, permitindo assim que cada website possa identificar de forma fácil e eficaz se tais conteúdos estão presentes nas suas plataformas.
Os membros do autoproclamado Estado Islâmico têm por hábito utilizar as redes sociais para propaganda e recrutamento.
“Esperamos que esta colaboração resulte numa maior eficiência enquanto continuamos a reforçar as nossas políticas de modo a ajudar a conter o problema global do conteúdo terrorista na Internet”, declararam as empresas.

Até agora, os gigantes da tecnologia tinham resistido à intervenção externa no policiamento dos websites.

No entanto, a pressão governamental de que foram alvo para remover conteúdos considerados extremistas após uma onda de ataques terroristas levou a que a colaboração entre as empresas fosse aceite.

Várias entidades europeias tinham já alertado para o facto de estas quatro empresas não atuarem com rapidez suficiente. Segundo a Comissão Europeia, apenas 40 por cento do discurso de ódio publicado nas plataformas tinha sido revisto em menos de 24 horas.
235 mil contas suspensas
Entre fevereiro e agosto deste ano, o Twitter suspendeu cerca de 235 mil contas de utilizadores que promoveram o terrorismo e expandiu o serviço de revisão de denúncias de conteúdos sensíveis.

A administração de Barack Obama comunicou em julho que a utilização do Twitter por parte de membros do autoproclamado Estado Islâmico diminuiu significativamente nos dois anos anteriores.Algumas redes sociais, como o Facebook e o YouTube, já utilizam o sistema de remoção automática de conteúdos com “impressões digitais” sensíveis.

Com a criação da nova base de dados, cada empresa tem a responsabilidade de decidir quais os conteúdos a sinalizar e enfrenta o desafio de balançar a liberdade de expressão com a prevenção de atividades ilegais. É ainda necessário respeitar a privacidade dos utilizadores.

Resta, portanto, saber como serão utilizadas as novas ferramentas de detecção e supressão de conteúdos. Intervenções anteriores levaram a protestos sobre uma alegada amálgama entre terrorismo e campanhas como é a de BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que não preconiza a luta armada e sim o isolamento de regimes de apartheid. Em tempos, houve uma campanha BDS contra o regime racista sul-africano, hoje existe uma outra contra a ocupação israelita na Palestina.

Este sistema vai estar disponível a partir do início de 2017 e espera-se que mais empresas se juntem à parceria.
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