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Tecnologia espacial de Coimbra para o mundo prevê avarias automóveis

por Lusa

Lisboa, 09 nov (Lusa) - Do espaço para a terra, uma empresa de Coimbra conseguiu criar um sistema que prevê quando os veículos terrestres vão ter avarias, inspirado nas práticas de engenharia da exploração espacial.

Ricardo Margalho, um dos cofundadores da Stratio, apresentou perante algumas dezenas de espetadores na Web Summit, em Lisboa, a ideia que teve com o seu colega, Rui Sales, há três anos, respondendo a um pedido da empresa de transportes municipais de Coimbra.

No fim deste ano, mais de dez mil autocarros e camiões de operadores comerciais terão a tecnologia da Stratio, desenvolvida com o apoio da Agência Espacial Europeia.

"Usamos as práticas de engenharia de manutenção que se usam no espaço, onde nada pode falhar", disse Ricardo Margalho à agência Lusa, referindo que é recolhida informação do motor, suspensão e outros sensores, que é comparada através de um algoritmo com o que seria o desempenho previsível.

O sistema é capaz de prever quanto tempo falta até um dos componentes deixar de funcionar ou precisar de ser substituído, uma previsibilidade que serve para "evitar recolhas e não perder tempo de operação".

Um dos desafios foi criar um algoritmo capaz de "entender a linguagem" de cada máquina, que é diferente de marca para marca.

"Estamos em contacto com fabricantes e em 2018 serão lançados autocarros que já têm de raiz o nosso sistema, que é patenteado", pelo que os criadores da Stratio esperam um "crescimento exponencial" do número de veículos com tecnologia sua.

Atualmente, o sistema já é utilizado em França, Reino Unido, Espanha, Portugal e Estados Unidos da América.

Para já, o mercado do automóvel doméstico não é um objetivo da empresa, uma vez que "a previsibilidade é mais necessária no setor dos transportes comerciais".

A conferência de tecnologia e empreendedorismo Web Summit termina hoje, no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.

Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal, participaram 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil `startups`, 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.

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