Rutger Hauer em

19 Out 2017 23:44

No último meio século, os filmes de ficção científica nasceram do cruzamento de muitas inspirações, a começar, naturalmente, pelas referências de raiz literária. Dentro do próprio cinema, talvez possamos dizer que há três títulos a partir dos quais tudo se decide: o primeiro, inevitavelmente, será “2001: Odisseia no Espaço”, lançado em 1968; o segundo surgiu em 1977 e chama-se “Encontros Imediatos do Terceiro Grau” — enfim, em 1982, descobrimos “Blade Runner”.

As memórias do filme estão associadas, em particular, à respectiva banda sonora, da autoria de Vangelis. Não é, obviamente, por acaso que nela encontramos elementos de toda uma primitiva e muito clássica nostalgia romântica — afinal, de contas, pode dizer-se que a aventura de Rick Deckard, o ex-polícia interpretado por Harrison Ford, especializado na perseguição de replicantes, é um conto futurista narrado em tom de filme “noir”.



Sob a direcção de Ridley Scott, “Blade Runner” resultou da confluência de muitos e talentosos técnicos, com particular destaque para o director de fotografia Jordan Cronenweth e Douglas Trumbull, o homem dos efeitos especiais que já tinha trabalhado com Stanley Kubrick em “2001: Odisseia no Espaço” — curiosamente, “Blade Runner” obteve nomeações para os Oscars nas categorias de cenografia e efeitos visuais, mas não ganhou em nenhuma delas.

Um dos aspectos mais bizarros, e também mais sedutores, de "Blade Runner" é a sua ambígua proximidade. Desde logo, pelas suas influências no domínio da ficção científica, aliás agora confirmadas pelo lançamento de "Blade Runner 2049". Mas há também o facto de a acção do filme produzido em 1982 ter lugar em 2019, que é como quem diz, praticamente no nosso presente — dir-se-ia que este futurismo nos torna ainda mais nostálgicos.

  • cinemaxeditor
  • 19 Out 2017 23:44

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