Box office 2018: o balanço do ano (Portugal)

Esta descida põe fim a três anos consecutivos de subida no consumo de cinema em sala, entre 2015 e 2017 que deram alguma esperança ao setor após o triénio negro de 2012 a 2014, coincidente com a crise económica.

Se 2017 fora o melhor ano desde 2011, com 15,6 milhões de espectadores, 2018 deverá ficar, na melhor das hipóteses, pelos 14,6 milhões. Estamos longe do dramático resultado de 2012, quando foram vendidos apenas 12 milhões de bilhetes, mas também distantes do melhor registo desde que o ICA iniciou a recolha oficial de dados, quando em 2004 as idas ao cinema atingiram a casa dos 17 milhões de espectadores.

Quanto ao filmes mais vistos, a animação voltou a dar cartas. "The Incredibles 2: Os Super-Heróis" aparece destacado em primeiro lugar com 605.910 espectadores. Em segundo, a biopic de Freddy Mercury e dos Queen, "Bohemian Rhapsody", com 448.957 bilhetes vendidos, seguida por outra longa animada, "Hotel Transylvania 3: Umas Férias Monstruosas" (444.323 espectadores). A sequela de "As 50 Sombras de Grey" surge em quarto (430.487 espectadores) e em quinto o primeiro filme de super-heróis da tabela portuguesa, "Vingadores: Guerra do Infinito" (408.250 espectadores).

No campo da distribuição e exibição de cinema comercial, nada de novo. A NOS mantém o domínio nas duas vertentes do negócio (e junta-lhes uma terceira, na forma dos canais de televisão paga que permitem prolongar a vida do cinema enquanto produto e reforçar as receitas obtidas com cada título). De acordo com o último relatório do ICA, até final de novembro, dos 371 filmes estreados em sala, 151 levaram a chancela da NOS Audiovisuais, contra apenas 38 da Cinemundo e 31 da Pris. Na exibição, a quota de mercado da NOS Cinemas era de 60,4%, bem distante dos principais concorrentes, UCI e Cineplace, com 11% cada.