Massimo Troisi — levando o correio a Pablo Neruda

3 Mai 2019 14:20

O cinema não se faz apenas com filmes que revolucionam a própria história do cinema. Por vezes, há filmes mais ou menos académicas que se instalam no imaginário popular como símbolos de ideias, sentimentos, emoções realmente universais. “O Carteiro de Pablo Neruda” é um desses filmes — surgiu em 1994, celebram-se agora 25 anos.

A música de “O Carteiro de Pablo Neruda”, composta por Luis Bacalov, ganhou um Oscar — o único, aliás, que o filme obteve. É também uma referência universal, mas não a única que ajuda a explicar a dimensão mítica desta história. Estamos, afinal, perante, um conto intimista, de delicados afectos, centrado na relação entre o poeta chileno Pablo Neruda, exilado numa ilha italiana na década de 1950, e Mario, o carteiro que lhe leva regularmente o seu correio.

Mario, o carteiro, é interpretado por Massimo Troisi. Está apaixonado por Beatrice, a personagem de Maria Grazia Cucinotta. Mario não sabe como dar conta do seu amor a Beatrice e, por isso, pede ajuda a Neruda — sendo o poeta interpretado por Philippe Noiret. Neruda ajuda-o a encontrar as palavras certas para lidar com a sua musa: dir-se-ia que esta é uma história de amor a dois, mas vivida através de um triângulo, um triângulo literalmente desenhado pela poesia.

As metáforas do amor atravessam este filme cuja história liga o Chile e a Itália (história imaginada, convém dizer, tendo como base um romance do chileno Antonio Skármeta). Curiosamente, trata-se de uma realização de um inglês, Michael Radford. E na banda sonora encontramos “Madreselva”, uma referência lendária do tango argentino, interpretada por Carlos Gardel.


  • cinemaxeditor
  • 3 Mai 2019 14:20

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