A Clara de Sónia Braga impressiona Cannes

Cannes 2016  

A Clara de Sónia Braga impressiona Cannes

Atriz é favorita para o prémio de interpretação em "Aquarius", segunda longa-metragem de ficção de Kleber Mendonça Filho.

Trailer/Cartaz/Sinopse:
 A Clara de Sónia Braga impressiona Cannes
Aquarius Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é uma crítica musical reformada, viúva e mãe de três adultos. Mora no último prédio de estilo antigo localizado na Avenida Boa Viagem, no Recife e recebe propostas de construtoras, que desejam demolir o edifício para construir um novo empreendimento.
Média Cinemax:
3.417

O edifício Aquarius fica na primeira linha de mar da cidade de Recife, no nordeste do Brasil, a cidade onde o pernambucano Kleber Mendonça Filho já tinha rodado a sua primeira longa-metragem, "O Som ao Redor".

Clara (Sónia Braga), vive no prédio, é a única residente, porque todos os restantes apartamentos foram comprados por uma empresa de construção civil que pretende demolir o Aquarius para construir um condomínio luxuoso.

Ela é assediada de forma agressiva pelo promotor imobiliário mas resiste a concretizar a venda e declara que pretende viver até ao final da sua vida no apartamento.

Nesta sua segunda onga-metragem de ficção, Kleber Mendonça Filho retrata a sociedade brasileira contemporânea, onde o interesse financeiro revela total desrespeito pelas pessoas e subjuga os a memória e o património aos interesses financeiros.

Clara serve de exemplo, enquanto jornalista e escritora reformada, uma mulher que pertence a uma elite cultural e classe média alta aburguesa, mas cuja atitude se opõe à falta de educação e ao oportunismo das elites financeiras do país.

É uma heroína orgulhosa, que resiste na defesa de valores desacreditados. Sónia Braga assume esta personagem intelectualmente viva, como uma mulher que não desistiu de viver, que aproveita o seu tempo livre para conviver com as amigas e mantém-se sexualmente ativa. Clara resistiu a um cancro, tal como sucedeu com Sónia Braga, e a atriz não teve pudor em expor o seu peito amputado numa breve cena do filme.

Sónia Braga não teve uma carreira relevante no cinema. Ganhou notoriedade internacional em "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976) e "O Beijo da Mulher Aranha" (1975), de Hector Babenco, um filme que a levou ao Festival de Cannes há exatamente 40 anos. Esse reconhecimento através do cinema pode acontecer novamente graças a esta personagem.

A Clara de Sónia Braga é um desempenho favorito para o prémio de melhor atriz e "Aquarius" surge como um dos melhores filmes da competição de Cannes.

 

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publicado 23:05 - 18 maio '16

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