A criança perdida entre dois tempos
A dupla de realizadores Marguerite de Hillerin e Félix Dutilloy-Liégeois com o ator Grégory Gadebois.

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A criança perdida entre dois tempos

"A Criança" é a primeira longa-metragem de Marguerite de Hillerin e Félix Dutilloy-Liégeois e foi rodada na Golegã.

Trailer/Cartaz/Sinopse:
 A criança perdida entre dois tempos
A Criança Em meados do século XVI, Lisboa é uma cidade cosmopolita, onde o apogeu de um poder que a expansão trouxera começa a esboroar-se, ao mesmo tempo que se instala a rigidez de uma Inquisição cada vez mais prepotente. Perto de Lisboa, Bela (João Arrais), um adolescente adoptado por um casal franco-português de abastados negociantes, vive uma intensa história de amor com Rosa (Inês Pires Tavares) e ...
Média Cinemax:
2.5

A primeira longa metragem de dois jovens realizadores franceses tem como cenário a velha Quinta da Cardiga na Golegã, e inspira-se livremente no conto "O Órfão" de Heinrich Von Kleist. Produzido pela Leopardo Filmes de Paulo Branco, o filme carateriza a sociedade portuguesa do século XVI e centra-se na transição difícil de um jovem para a idade adulta.

Lisboa é uma cidade cosmopolita, onde o apogeu de um poder que a expansão trouxera começa a esboroar-se, ao mesmo tempo que se instala a rigidez de uma Inquisição cada vez mais prepotente.

Bela (João Arrais), um adolescente adoptado por um casal franco-português de abastados negociantes, vive uma intensa história de amor com Rosa (Inês Pires Tavares) e uma história de amizade com Jacques (Loïc Corbery), amigo dos pais adoptivos.  Bela tenta encontrar o seu lugar, mas uma sucessão de acontecimentos incontroláveis (causados por equívocos, ambiguidades, ciúmes…), conduzem ao desastre.

Durante a rodagem, no verão de 2020, em plena pandemia, o Cinemax falou com os realizadores.
O que é que vos interessou no conto de Heinrich Von Kleist?
Marguerite de Hillerin: Todas as novelas do Kleist são muito curtas e parecem dançar. Ambos tínhamos lido o conto antes deste filme e pensámos que podíamos trabalhar a partir do que ele escreveu porque ele tem um apelo para o cinema.
Claro que o cinema não fazia parte do tempo dele, mas parece que ele podia escrever argumentos se tivesse nascido mais tarde.
De que forma é que esta história se relaciona com o nosso tempo?
Félix Dutilloy-Liégeois: Havia algo no conto original, que se passava em Itália, mas que na transposição para Portugal tornava possível abordar um período da história portuguesa, que está entre dois tempos. E esse é também o lugar do Bela, alguém que está entre o mundo criança e o mundo adulto.
Marguerite de Hillerin: É a história do Bela um jovem adoptado por uma família franco portuguesa, em meados do século XVI.
E é a história da relação dele com a família e com o seu mundo, com os seus desejos. É um jovem que tenta ser adulto e ser ele próprio, mas ao mesmo tempo é confrontado com aquilo que a família deseja para ele.
Para quem está a começar como vocês, esta é a vossa primeira longa metragem, não é assustador fazer um filme de época, pelos meios que envolve e pela estética que normalmente está associada ao género?
Félix Dutilloy-Liégeois: Fazer um filme de época implica muita pesquisa antes de começar, mas também inventar um pouco, porque interessa-nos fazer cinema. Tínhamos de inventar uma linguagem cinematográfica, que se vê nos cenários, na propria linguagem, nos figurinos e nos enquadramentos. Na realidade, este periodo no século XVI é um pouco desconhecido, não está muito documentado, por isso era necessário acentuar o que sabíamos e inventar o que não existia. Não sentimos qualquer receio, mas não nos interessava fazer um filme de época, só por ser de época. Interessava-nos contar uma história actual, com um filme que se passa no passado.

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publicado 16:00 - 12 fevereiro '22

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