Cannes rende-se a Elle e a Paul Verhoeven

Cannes 2016  

Cannes rende-se a "Elle" e a Paul Verhoeven

"Elle", o último filme exibido na competição, entusiasmou o festival de Cannes. Isabelle Hupert é favorita para prémio de interpretação.

Trailer/Cartaz/Sinopse:
 Cannes rende-se a Elle e a Paul Verhoeven
Ela Após ser violada em sua casa por um assaltante desconhecido, a vida de Michèle muda sempre. Quando descobre quem a atacou, Michèle e o criminoso são arrastados para um curioso e emocionante jogo que pode, a qualquer momento, descontrolar-se.
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A competição do 69º Festival de Cannes terminou com um filme empolgante que marca o regresso do holandês Paul Verhoeven na sua primeira produção francesa.

22 anos depois de ter marcado presença na abertura do festival com "Instinto Fatal", protagonizado por Sharon Stone, o realizador apresentou um thriller atual sobre Michelle, uma mulher que dirige uma companhia de jogos de vídeo e que é agredida e violada em casa.

O papel assenta perfeitamente a Isabelle Hupert que interpreta esta vítima com imensa ambiguidade, optando por não denunciar a agressão à polícia e aguardando por um eventual regresso do homem que a agrediu.

O masoquismo implícito nessa atitude recorda o papel da atriz em "A Pianista" de Michael Haneke, com o qual Hupert ganhou o prémio de melhor atriz em Cannes. Emocionalmente distante, Michelle gere as relações mais próximas com pragmatismo, seja com a mãe, o irmão, a jovem cunhada, o ex marido e até o amante que é casado com a sua melhor amiga. E procura aceitar os erros, tentando compreender-se a ela própria.

Verhoven amplia uma série de situações perversas que revelam comportamentos e atitudes sociais muito contemporâneas, assumindo uma ironia deliciosa e uma atitude espirituosa deliciosa e divertida.

"Elle" combina a intensidade sombria de um policial com a ligeireza luminosa de uma comédia. O mais incrível é que Verhoven caminha sempre no arame, arriscando em diversos momentos e aguentando-se sem nunca cair. Precisa que o público aceite o que está a fazer e pelo que se viu em Cannes terá essa compreensão.

O filme está em estado de graça, a crítica rendeu-se de uma forma generalizada, e "Elle" até salvou uma competição pela Palma de Ouro onde rarearam obras capazes de mobilizar a plateia pela positiva.

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publicado 00:59 - 22 maio '16

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