Tom Hanks em

11 Jan 2018 23:33

O impacto de um filme como “120 Batimentos por Minuto”, premiado em Cannes/2017, foi tanto maior quanto a sua visão dos tempos em que se descobriu a sida consegue combinar os dramas pessoais com os problemas médicos e as componentes políticas do contexto em que tudo aconteceu. O cinema desempenha, assim, um papel informativo que importa também sublinhar, recordando "Filadélfia" (1993), primeiro grande filme popular, realmente popular, a contar uma história marcada pela sida.

“Streets of Philadelphia”, a canção composta e interpretada por Bruce Springsteen transformou-se num dos símbolos mais universais de um filme que, de facto, foi um requintado objecto artístico a assumir uma exemplar função de informação e sensibilização. Aliás, a canção ganhou um dos dois Oscars do filme — o outro foi para o actor principal, o admirável Tom Hanks.



Tom Hanks interpreta o jovem advogado que é despedido da sua firma quando se sabe que tem sida, enquanto Denzel Washington assume a personagem do advogado que o defende. Como o primeiro diz ao segundo, a defesa da lei pode envolver qualquer coisa de cristalino e radical: "De vez em quando, não muitas vezes, mas ocasionalmente, podemos ser parte integrante da justiça a ser cumprida — e isso, quando acontece, é uma grande emoção.”

Estamos, afinal, perante a sofisticação e a inteligência de um grande cineasta, Jonathan Demme (1944-2017). Porventura mais recordado pelo seu título anterior, "O Silêncio dos Inocentes" (1991), Demme foi um exemplo modelar de um artesão capaz de se deslocar entre os mais variados géneros, sem nunca perder o sentido crítido e o rigor da mise en scène.

  • cinemaxeditor
  • 11 Jan 2018 23:33

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