26 Jul 2020 20:39

Nascida em Tóquio, a 1 de Julho de 1916, filha de pais ingleses, foi uma estrela da idade de ouro de Hollywood: Olivia de Havilland faleceu no dia 25 de Julho, durante o sono, na sua casa de Paris — contava 104 anos.

Era a mais velha sobrevivente vencedora de Oscars, tendo ganho duas estatuetas douradas, ambas como actriz principal: em "Lágrimas de Mãe" (1946), de Mitchell Leisen, e "A Herdeira" (1949), de William Wyler. A sua primeira nomeação, na categoria de secundária, foi para aquela que continua a ser a sua composição mais popular: a personagem de Melanie Hamilton em "E Tudo o Vento Levou" (1939), de Victor Fleming.
Irmã mais velha de Joan Fontaine (1917-2013), passou a viver na Califórnia desde os 3 anos, na sequência do divórcio dos pais. Obteria o seu primeiro papel importante a convite do encenador e realizador Max Reinhardt, em "Sonho de uma Noite de Verão" (1935).
Como ela gostava de dizer, só tinha a agradecer o facto de, ao longo dos anos 30, não ter sido envolvida na moda de representar personagens mais ou menos malévolas ("bad girls"). Na verdade, quase todos os seus papéis envolvem formas de candura e vulnerabilidade que de Havilland sabia representar com contida sofisticação. Antes de "E Tudo o Vento Levou", são exemplo disso mesmo "O Capitão Blood" (1935), "A Carga da Brigada Ligeira" (1936) ou "As Aventuras de Robin dos Bosques" (1938) [trailer], em todos contracenando com Errol Flynn, sempre sob a direcção de Michael Curtiz (no último caso, partilhada com William Keighley).


Manteve uma actividade regular ao longo da década de 40. Além dos filmes que lhe valeram os Oscars, surgiu, por exemplo, em "A Caminho de Santa Fé" (1940), de novo em colaboração com a dupla Curtiz/Flynn, "Todos Morreram Calçados" (1941), ainda com Flynn, agora sob a direcção de Raoul Walsh, ou "O Espelho da Alma" (1946), de Robert Siodmak, neste interpretando duas gémeas.
Como outros actores e actrizes consagrados na mesma época, diminuiu a frequência das suas interpretações durante os anos 50, sendo, talvez, "O Rebelde Orgulhoso" (1958), com Alan Ladd, outra vez sob a direcção de Curtiz, o título mais significativo desse período.
Por essa altura, tendo decidido viver em Paris, longe da agitação mediática de Hollywood, foi participando, sobretudo, em produções televisivas. Em cinema, o seu papel com maior notoriedade aconteceu em "Aeroporto 77" (1977), de Jerry Jameson, típico "filme-catástrofe" da década.
Dando conta das suas dificuldades de habituação aos modos de vida franceses, publicou, em 1962, o livro satírico "Every Frenchman Has One". Em 1965, tornou-se a primeira mulher a presidir ao júri do Festival de Cannes — nesse ano, o título vencedor do certame foi a comédia britânica "The Knack… and How to Get It/Lições de Sedução", de Richard Lester.
  • cinemaxeditor
  • 26 Jul 2020 20:39

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