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Muito barulho para quase nada...

A saga "Kingsman", sobre uma agência secreta de investigação, chega ao seu terceiro título, sempre sob a direcção de Matthew Vaughn — a rotina está instalada...

Muito barulho para quase nada...
Ralph Fiennes e Harris Dickinson: ao terceiro capítulo de "Kingsman", quase nada de novo...
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 Muito barulho para quase nada...
The King`s Man: O Início Enquanto um conjunto dos piores tiranos e ditadores da história do crime se reúne para planear uma guerra irá exterminar milhões, um homem corre contra o tempo para os deter.

No começo, com "Kingsman: Serviços Secretos" (2014), a saga da associação que se reúne numa sala secreta de uma alfaiataria de Londres distinguiu-se por um misto de elegância e humor, recuperando e ironizando a tradição cinematográfica dos espiões ao Serviço de Sua Majestade Britânica.

Seguiu-se "Kingsman: O Círculo Dourado" (2017), sequela já em piloto automático, confundindo o espectáculo com a acumulação de efeitos mais ou menos especiais... Matthew Vaughn, que já dirigira os filmes anteriores, surge agora a assinar também "The King's Man: O Início", fazendo o retrato do "homem do rei" (repare-se na diferente grafia dos títulos originais) que, no começo do século XX, em vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-18), funda a sua agência...

Infelizmente, pouco mais resta do que a multiplicação de cenas de (in)acção em que se produz muito barulho para quase nada... Embora com relutância, Orlando Oxford (Ralph Fiennes) vai iniciando o seu filho Conrad (Harris Dickinson) nas artes de espionagem, mas nem mesmo essa filiação, de uma só vez prática e simbólica, adquire força dramática na construção do filme.

Inspirado na BD "The Secret Service", de Mark Millar e Dave Gibbons, este é um projecto cinematográfico de afirmação da indústria britânica face à concorrência made in USA. Afinal de contas, essa indústria possui uma tradição riquíssima e multifacetada... mas não a fazer sequelas de sequelas que, como acontece em "The King's Man", parecem não possuir nenhum verdadeiro desejo de cinema que as faça mover.

Crítica de João Lopes
publicado 23:31 - 26 dezembro '21

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