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Madeira apoia projetos de reflorestação e prevenção de incêndios em áreas privadas

O Governo Regional da Madeira está a intervir em diversas áreas florestais privadas, financiados por fundos comunitários, indicou esta sexta-feira o chefe do executivo, Miguel Albuquerque.

Madeira apoia projetos de reflorestação e prevenção de incêndios em áreas privadas

© DR

"Em primeiro lugar, é uma aposta na prevenção, mas é também uma aposta naquilo que pretendemos para o futuro da Madeira", disse o governante, no decurso de uma visita ao Montando dos Aviceiros, uma área florestal de 55 hectares, localizada nas serras entre os concelhos de Câmara de Lobos e Ribeira Brava, na zona oeste da ilha.

Martinho Gouveia, um dos proprietários, explicou que o projeto, orçado em cerca de dois milhões de euros, contemplou a plantação de cerca de 132 mil carvalhos, espécie mais resistente ao fogo, bem como a construção de quatro reservatórios de água, com capacidade de armazenamento de 1.200 metros cúbicos.

Estes reservatórios foram também projetados como pontos de recolha de água para o meio aéreo que opera na Madeira, no combate aos fogos florestais, durante o período do verão.

"O projeto implicou também (a abertura de) uma rede viária com cerca de quatro quilómetros, com saídas de água a cada 100 metros", disse Martinho Gouveia.

O investimento foi financiado em 80% pelo PRODERAM - Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira para o período 2014-2020.

"Ao mesmo tempo que estamos a comparticipar num investimento na prevenção dos incêndios, estamos também a fazer outra coisa muito importante que é garantir que as zonas altas, neste caso concreto do concelho da Ribeira Brava e do concelho de Câmara de Lobos, tenham novamente um coberto vegetal, para prevenir a erosão e fazer a retenção dos solos e garantir a infiltração das águas", esclareceu Miguel Albuquerque.

O chefe do executivo, de coligação PSD/CDS-PP, sublinhou, por outro lado, que a região está a "aproveitar muito bem" os fundos comunitários, nomeadamente em projetos que visam criar "áreas tampão" entre a floresta e a malha urbana para suster a propagação dos incêndios.

"O nosso objetivo é que esta calamidade dos incêndios, que temos todos os anos, comece a diminuir na sua intensidade e na devastação que causa", afirmou.

Miguel Albuquerque admitiu, no entanto, que o risco de incêndio permanece apesar dos investimentos na prevenção e sensibilização, sobretudo face às altas temperaturas que afetam o arquipélago no verão e também considerando que "grande número de fogos é fogo posto".

A área intervencionada nas serras de Câmara de Lobos e da Ribeira Brava tem sido uma das mais fustigadas em termos de fogos florestais nos últimos anos.

Entretanto, já se encontra ativado o Plano Operacional de Combate aos Incêndios Florestais - POCIF 2020, que vigora até 30 de novembro, envolvendo todas as corporações de bombeiros da região e um helicóptero.

O POCIF 2020 representa um investimento do Governo Regional na ordem de um milhão de euros: 600 mil euros alocados à componente de recursos humanos e 400 mil euros relativos ao meio aéreo.

O plano tem por objetivo assegurar o patrulhamento e vigilância, em permanência, das áreas florestais da região autónoma, tendo em vista a deteção precoce e extinção de focos de incêndio.

C/Lusa