Dois norte-americanos e cientista alemão vencem Nobel da Química

por Andreia Martins, RTP
Foto: Oleg Popov/Reuters

Os cientistas Eric Betzig, William E. Moerner e Stefan W. Hell foram premiados pelas investigações em microscopia fluorescente.

A Academica Real de Ciências Sueca atribuiu hoje o Nobel da Química 2014 a três cientistas pelos avanços na microscopia, nomeadamente na compreensão de processos moleculares a uma escala muito pequena.

William E. Moener é professor de Química na Universidade de Stanford e Eric Betzig é investigador no Instituto de Medicina Howard Hughes. O cientista alemão Stefan W. Hell é diretor do Instituto de Biofísica Química Max Planck, na Alemanha e coordena o Centro de Pesquisa para o Cancro, em Heidelberg.

O painel que anunciou o prémio explicou a importância do trabalho desenvolvido em paralelo pelos três cientistas possibilitou a transição da microscopia ótica para a nanoscopia.

Ajudados por moléculas fluorescentes, o contributo dos laureados permitiu à comunidade científica compreender o comportamento no interior das células e assistir às dinâmicas dos processos moleculares em tempo real: “não nos diz apenas onde decorrem esses processos, mas mostra-nos quando e como acontecem", explicou o painel de especialistas na conferência de imprensa de apresentação, em Estocolmo.

O microscopista Ernst Abbe disse no Século XIX que seria impossível ultrapassar a resolução máxima de observação para além dos 0,2 micrómetros.  
 
A limitação começa por ser ultrapassada em 2000 por Stefan Hell, pela introdução do método STED, que consiste na introdução de lasers que estimulam as moléculas fluorescentes observadas, em especial as de escala nano, que permitem uma maior resolução da imagem.  

Já o contributo dos norte-americanos começou a ser experimentado em laboratório a partir de 2006 e consiste em analisar ao microscópio uma única molécula e ativar individualmente as componentes fluorescentes.

Com a maior compreensão da natureza das células, tornou-se possível perceber que tecidos nervosos e moleculares estão envolvidos e como se comportam nas doenças de Parkinson ou Alzheimer, por exemplo. 


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