Ensaios, romances premiados e reflexão política nos destaques da Almedina para 2026
Ensaios sobre a ascensão das direitas, romances premiados e reflexões históricas e políticas estão entre os destaques editoriais do grupo Almedina para os primeiros quatro meses de 2026.
Obras como "A Máquina de Fazer Ganhar as Direitas", de Yves Citton, "Olá, Bom Dia! Tudo Bem?", de Martina Hefter, e "Venetian Vespers", de John Banville, vão chegar às livrarias entre janeiro e abril do próximo ano, anunciou o grupo editorial.
Em janeiro, pelas Edições 70, será publicado "A Máquina de Fazer Ganhar as Direitas", do ensaísta francês Yves Citton, uma análise sobre as infraestruturas mediáticas contemporâneas e a forma como estas favorecem discursos e imaginários políticos de direita, ligando-os diretamente às dinâmicas emocionais das sociedades atuais.
Ainda pela mesma chancela, chega "Ignorância e Felicidade", do filósofo norte-americano Mark Lilla, um diagnóstico psicológico da recusa do conhecimento em contextos políticos e sociais marcados pela desinformação.
"Hoje, multidões hipnotizadas ainda seguem profetas absurdos, boatos irracionais desencadeiam atos fanáticos, e o pensamento mágico sobrepõe-se ao senso comum e à especialização. Porquê? De onde vem esse desejo de ignorância e de que forma continua a moldar as nossas vidas? Em `Ignorância e Felicidade`, Mark Lilla oferece um diagnóstico psicológico fascinante da vontade humana de não saber", descreve a editora.
No campo da ficção, a Minotauro edita em janeiro "Olá, Bom Dia! Tudo Bem?", romance da alemã Martina Hefter, distinguido com o Prémio do Livro Alemão 2024, o Grande Prémio do Fundo Alemão de Literatura e o Prémio Literário de Wiesbaden.
A narrativa acompanha Juno, artista performativa que cuida do marido gravemente doente enquanto passa as noites a dialogar com burlões digitais, numa obra que explora a solidão e o amor na era das redes sociais.
Em fevereiro, as Edições 70 publicam "A Invenção do Ocidente. Portugal, Espanha e o Nascimento de uma Cultura", de Alessandro Vanoli, uma reflexão histórica sobre o papel ibérico na transformação do Ocidente, de mera orientação geográfica em conceito cultural e identitário.
No mesmo mês, e pela mesma chancela, chega "Genocídio. Uma História Política e Cultural", de Paolo Fonzi, que analisa o genocídio como um campo de disputa política, jurídica e memorial, questionando as relações entre violência extrema, direito e representação histórica.
Ainda em fevereiro, é lançado "Nunca Lidere Sozinho", de Keith Ferrazzi e Paul Hill, a continuação do `bestseller` "Nunca Almoce Sozinho", que defende modelos de liderança assentes na responsabilização coletiva, na cultura de `feedback` entre pares e no envolvimento das equipas como fator decisivo de sucesso, com o selo editorial Atual.
O mês de março traz novas propostas de ensaio e ficção, como "Espíritos do Presente", de Wolfram Eilenberger, pelas Edições 70, que revisita os últimos anos de quatro figuras centrais do pensamento do pós-guerra - Theodor Adorno, Paul Feyerabend, Susan Sontag e Michel Foucault - e o surgimento de um novo iluminismo filosófico entre 1948 e 1984.
Ainda nessa chancela, "Os Irresponsáveis. Quem Levou Hitler ao Poder?", do historiador Johann Chapoutot, sustenta que a ascensão do nazismo resultou de escolhas políticas concretas do chamado extremo-centro, numa leitura com evidentes ressonâncias contemporâneas.
Na Minotauro, março marca a publicação de "Venetian Vespers", de John Banville, um romance `noir` ambientado no final do século XIX, que cruza conflitos conjugais, atmosferas fantasmáticas e conspirações mortais, e de "Impossível", do italiano Erri De Luca, um confronto moral e judicial entre dois antigos militantes revolucionários, reencontrados décadas depois num episódio trágico nos Alpes.
Em abril, chega pelas Edições 70, "Os Bastardos de Hayek. As Raízes Neoliberais da Direita Populista", de Quinn Slobodian, que argumenta que muitas expressões atuais da extrema-direita emergem não contra, mas a partir do neoliberalismo.
Outra novidade desse mês é a publicação de "O Final Escreve-se Sozinho", romance de estreia da dupla V.E. Schwab e Cat Clarke, sob o pseudónimo Evelyn Clarke, primeiro volume de uma duologia de mistério com referências clássicas ao universo de Agatha Christie, numa edição da Minotauro, que edita ainda "O Valor da Liberdade", de Isabel Ricardo, uma fábula dirigida ao público mais jovem que revisita, através de animais heroicos, a conquista da liberdade em Portugal no 25 de Abril de 1974.