Rui Tavares salienta que é preciso "respeitar todos os votos por igual"

por RTP
Foto: Pedro Pina - RTP

Em entrevista ao 360 da RTP3, o porta-voz do Livre sublinhou que é necessário "respeitar todos os votos por igual", em particular no atual cenário de "potencial ingovernabilidade", em que "os votos das comunidades podem ser decisivos".

Rui Tavares considerou que os partidos devem ser ouvidos após o anúncio dos resultados finais, mas assegura que não critica as audiências já realizadas pelo presidente da República.

O responsável do Livre salienta os votos da emigração são "decisivos" e alertou para os problemas com os votos das comunidades, há dois anos e nestas eleições. "Às vezes fazem milhares de quilómetros para votar, têm muito mais burocracia para poder votar do que quem está em território nacional", assinalou.

"Se ainda por cima lhes dizemos implicitamente que nem esperamos pelos votos deles, estamos a desvalorizá-los mais uma vez", acrescentou.

Rui Tavares insistiu ainda na divisão dos votos em três blocos principais: as esquerdsa, a direita com a AD e IL e o Chega. Questionado sobre a instabilidade de uma governação com maioria de esquerda, o líder do Livre sublinhou que haverá instabilidade em praticamente todos os cenários de governação.

“A estabilidade neste momento no nosso país vai ser sempre difícil. Só há dois tipos de maiorias possíveis no Parlamento. Ou é o PSD com o PS ou o PSD com o Chega”, afirmou o representante do Livre, que considerou que PS e PSD devem esclarecer quais as intenções que têm.

Nesta entrevista à RTP3, Rui Tavares assinalou que sempre se recusou a "fazer a amálgama entre a direita democrática e a extrema-direita", mas que o PSD deve prestar esclarecimentos.

“O 'não é não' valia para um acordo escrito de Governo. Não sabemos se vale ou não vale para uma negociação que, podendo ser caso a caso, acaba por deixar a governação em Portugal presa por um partido, o Chega", resumiu.

Rui Tavares admitiu que será pouco provável que o Livre aprove um Orçamento do Estado do PSD, uma vez que este é um documento "com direção política" e um instrumento de governação. No entanto, isso não significa que haja "menosprezo" pela direita e deu como exemplo o diálogo possível entre o Livre a Iniciativa Liberal quanto à questão do círculo nacional de compensação.

Sobre a moção de rejeição do PCP, o porta-voz do Livre salientou que ainda não se conhece nem o Governo, nem os termos da moção.
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