Henrique Leitão é o vencedor do Prémio Pessoa de 2014

por Andreia Martins, RTP
Foto: cienciahoje.pt

Henrique Sousa Leitão, doutorado em Física e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi o grande vencedor da 28ª edição do Prémio Pessoa, anunciado esta sexta-feira por Francisco Pinto Balsemão. Em declarações ao online da RTP, o investigador disse que esta distinção dá "visibilidade" à história científica em Portugal.

O presidente do júri destacou o papel de "cultor da interdisciplinaridade" e um sólido conhecimento e formação científica e humanista.

Doutorado em Física pela Universidade de Lisboa e docente na mesma instituição, o investigador de 50 anos desenvolveu trabalho sobretudo em História das Ciências, com destaque para a coordenação da edição das obras do matemático português Pedro Nunes. 

É membro efetivo da Academia Internacional de História das Ciências, que não contava com a participação de um português desde Joaquim de Carvalho, em 1957. Integra ainda o Centro Interuniversitário da História das Ciências e Tecnologia.Depois do físico, o historiador
Ouvido pelo online da RTP, o académico e investigador disse que esta atribuição traz "uma grande responsabilidade". E dedicou o prémio às "pessoas notáveis" que constituem a sua equipa e que o acompanharam ao longo da carreira.

Depois de décadas a estudar as ciências exatas, particularmente a Física, Henrique Leitão começou a interessar-se pela história da ciência "por acaso". Uma viragem no campo de investigação que o próprio não esperava e que arrancou com a exploração da obra do matemático seiscentista, Pedro Nunes, em 2002.

Para Henrique Leitão, o Prémio Pessoa tem como vantagem, "a longo prazo", a visibilidade dada à "história científica do país", praticamente desconhecida pelos próprios portugueses.

Com um valor monetário de 60 mil euros, o Prémio atribuído todos os anos desde 1987 destina-se a reconhecer uma personalidade que tenha sido "protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país".   A atribuição do prémio é feita em conjunto pelo semanário Expresso e pela Caixa Geral de Depósitos. Além de Pinto Balsemão, o júri da presente edição contou com Álvaro Nascimento, António Barreto e Clara Ferreira Alves, entre outros.

No painel que ponderou a decisão esteve também Maria Manuel Mota, a personalidade distinguida na edição anterior - a investigadora do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa e a respetiva equipa desenvolveram importantes investigações no combate e no conhecimento da malária.

Em anos anteriores foram premiados nomes como o historiador José Mattoso, o investigador António Damásio ou o arquiteto Eduardo Souto de Moura.

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