China passou de fornecedor a cliente da portuguesa Moldetipo

por Lusa

A China passou de fornecedor a cliente da Moldetipo, uma empresa que produz moldes de plástico para gigantes automóveis como a Audi ou a BMW e que é a única empresa portuguesa no ramo com uma fábrica na Índia.

"Temos presença na China desde 2008, com um gabinete de acompanhamento dos moldes quando os fazemos na China, que passou de fornecedor a cliente", explicou à Lusa o responsável da empresa pelos mercados do México e da Índia, que tem um stand no Fórum Económico Portugal-China.

Filipe Loureiro assume que a empresa "vende tecnologia portuguesa à China", que consiste na técnica de injeção de água, sendo a única empresa portuguesa a fazê-lo.

"A China permite-nos dar o nosso melhor porque [os empresários] são muito competitivos; os empresários chineses preferem perder um cliente a perder dinheiro, porque têm sempre mais clientes à espera, por isso temos de ser profissionais e tecnologicamente avançados", diz o responsável.

A Moldetipo, com presença em todos os continentes e com fábricas no México e na Índia, fatura na China cerca de 10% dos 20 milhões que fatura anualmente.

O modelo de negócio assenta na venda de moldes às empresas que equipam os automóveis: "Os automóveis têm peças de plástico, e os construtores como a Audi ou a BMW, nossos clientes, precisam de uma empresa para injetar essas peças [na carroçaria], e essa empresa precisa de outra que lhe faça o molde; na China, trabalhamos diretamente com a empresa que faz a injeção do molde para o condutor", explica Filipe Loureiro.

A decisão de avançar para a China em 2008 prendeu-se precisamente com isso: "Há empresas europeias construtoras que trabalham com a empresa injetora, e precisa dos moldes, daí a presença na China, para acompanhar localmente o cliente".

A China é um mercado com muitas oportunidades, mas a maior dificuldade é mesmo a comunicação: "Nós, portugueses, somos muito bons, mas o chinês não é; há uma barreira linguística mesmo no inglês, é muito difícil falar tecnicamente com engenheiros chineses, ou dominamos o mandarim, ou torna-se muito difícil fazê-lo", conclui.

O Fórum Económico Portugal-China termina hoje, tendo sido inaugurado na terça-feira numa cerimónia protocolar que contou com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do embaixador da China em Portugal.

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