Dijsselbloem não queria cancelamento do processo a Portugal e Espanha

por RTP com Lusa
Francois Lenoir, R

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, declarou-se decepcionado com a proposta da Comissão Europeia de cancelar o processo a Portugal e Espanha, no âmbito da violação de metas orçamentais, e considerou que os dois países ainda "estão em perigo".

Segundo uma declaração divulgada pelo gabinete do ministro holandês das Finanças e presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, "é dececionante que não haja seguimento da conclusão de que Espanha e Portugal não tomaram ações eficazes para consolidar os seus orçamentos".

Para Dijsselbloem, "deve ficar claro que, apesar de todos os esforços realizados, Espanha e Portugal ainda estão em perigo".

A decisão de cancelar o processo aos dois países ibéricos foi anunciada como tendo feito o pleno da Comissão Europeia e como tendo reunido o consenso dos comissários.

Contudo, foram necessárias três horas de reunião para chegar a esse consenso, em que se refere com destaque o papel do comissário socialista francês Pierre Moscovici em defender um ponto de vista contrário ao que repetidamente defendeu noutras ocasiões o Governo federal alemão e, em especial, o seu ministro das Finanças Wolfgang Schäuble.

Quando a proposta da Comissão Europeia for levada ao Eurogrupo, Dijsselbloem poderá ainda levantar objecções. Num cenário que de momento se afigura como meramente teórico, poderia mesmo suscitar uma decisão de carácter diverso, se contasse com uma maioria a seu favor naquele organismo.

C/ Lusa

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