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FMI espera menos desemprego para Portugal

por Ana Sofia Rodrigues - RTP
Reuters

As previsões do Fundo Monetário Internacional são mais otimistas do que as apresentadas em abril, prevendo a instituição que a taxa de desemprego caia para os 12,3 por cento este ano e para os 11,3 por cento em 2016. Quanto ao crescimento económico, o FMI mantém a estimativa anterior, de 1,6 por cento em 2015.

De acordo com o “World Economic Outlook”, divulgado esta terça-feira, a instituição controlada por Christina Lagarde avança com estimativas mais favoráveis quanto ao desemprego. A estimativa anterior apontava para os 13,1 por cento em 2015 e 12,5 por cento em 2016. Agora, o FMI fala de 12,3 por cento este ano e para os 11,3 por cento em 2016.

Valores que são mais otimistas do que os do próprio Governo português. O executivo português prevê que a taxa de desemprego seja de 13,2 por cento no final deste ano, caindo em 2016 para os 12, 7 por cento. Um valor acima da média na zona euro.

Olhando para toda a zona euro, o FMI antecipa que o desemprego atinja os 11 por cento este ano, descendo para 10,5 por cento em 2016, melhorando ligeiramente (em 0,1 pontos percentuais) as estimativas conhecidas em abril.
FMI mantém previsão de crescimento económico
O Fundo Monetário Internacional mantém os valores de estimativa de crescimento económico nos 1,6 por cento este ano e de 1,5 por cento em 2016.

Uma previsão que segue aqueles que são os valores do Executivo de Pedro Passos Coelho para este ano, mas que é mais pessimista quanto ao próximo ano, já que o Governo Português fala de um crescimento de dois por cento, quando o FMI fala de um crescimento de apenas 1,5 por cento.

A instituição manteve ainda as previsões no que toca à inflação, que deverá ser de 0,6 por cento em 2015 e 1,3 por cento em 2016.

O FMI prevê agora que as contas de Portugal com o estrangeiro cheguem ao final deste ano nos 0,7 por cento do PIB e que cresçam para os 1,6 por cento do PIB no próximo ano, quando em abril previu que atingissem os 1,4 por cento e os 1 por cento em 2015 e em 2016, respetivamente.
Fundo piora estimativa de crescimento da zona euro em 2016
O FMI mantém a previsão de crescimento económico da zona euro para 2015, esperando que o PIB do conjunto dos países da moeda única cresça 1,5 por cento, mas piorou ligeiramente a estimativa para 2016, fixando-a em 1,6 por cento

A instituição espera agora que a economia do conjunto dos 19 países da moeda única cresça 1,6 por cento, menos 0,1 pontos percentuais do que o antecipado há três meses.

"Prevê-se que a recuperação económica da zona euro continue moderada em 2015 e 2016, devido aos preços baixos do petróleo, às medidas de alívio quantitativo e à depreciação do euro", escreve o FMI.

Ao mesmo tempo, acrescenta a instituição sediada em Washington, "o crescimento potencial permanece fraco - um resultado do legado da crise, mas também da demografia e de um abrandamento da produtividade que antecede a crise".O Fundo reitera algumas das recomendações que tem feito para a zona euro, sublinhando que uma prioridade chave deve ser "garantir uma recuperação mais forte".

Entre os 19 países do euro, o FMI destaca o crescimento económico esperado em Espanha (cuja previsão foi revista em alta para 3,1 por cento este ano e para 2,5 por cento no próximo) e em Itália (estimativa que também melhorou, para 0,8 por cento e 1,3 por cento).

O Fundo Monetário Internacional reduziu ligeiramente as perspetivas de crescimento na Alemanha, que deverá crescer em torno dos 1,5 por cento em cada ano. Um crescimento semelhante ao que perspetiva para Portugal. Também os países "sem espaço orçamental" são alvo das recomendações do FMI, que considera que estas economias "devem continuam a reduzir a dívida e cumprir os seus objetivos orçamentais".

O FMI recomenda que, na frente da política monetária, o BCE "prossiga com os esforços" iniciados com o programa de compra de dívida pública e que estes esforços "devem ser acompanhados por medidas de reforço dos balanços dos bancos".

A entidade mantém também a estimativa para a dívida pública, que deverá representar 93,7 por cento do PIB este ano e 92,8 por cento em 2016.

O FMI sublinha que "os países com margem orçamental, sobretudo a Alemanha e a Holanda, podem fazer mais para encorajar o crescimento" através do "tão necessário investimento em infraestruturas e do apoio às reformas estruturais".
A dúvida grega
Sobre a Grécia, o FMI admite que as previsões são "nitidamente mais difíceis" de calcular devido ao "período de incerteza prolongado" desde o início deste ano.

Estima que a economia grega recue 5,4 por cento este ano e que depois recupere, crescendo 3 por cento em 2016.

No relatório de abril, o FMI antevia que a contração da economia grega fosse menos expressiva este ano (-2,3 por cento), mas que se mantivesse em 2016 (-1,3 por cento).

O Fundo mostra-se agora menos preocupado com a reação dos mercados à crise grega, considerando que os riscos de contágio diminuíram assim que foi acordado um novo programa com o Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Por outro lado, o FMI mantém inalteradas as estimativas para o défice do conjunto dos 19 países da zona euro, prevendo que se fixe nos 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e que desça para 1,7 por cento do PIB em 2016.

A entidade mantém também a estimativa para a dívida pública, que deverá representar 93,7 por cento do PIB este ano e 92,8 por cento em 2016.

(com Lusa)


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