Portugal está "muito bem preparado" para receber refugiados

por Nuno Rodrigues

Michael Dalder - Reuters

Em entrevista à Antena 1, Luís Gouveia, diretor-adjunto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, refere que ainda não há uma data fixa para começar a receber os cerca de 4500 mil refugiados definidos pela União Europeia e explica as dificuldades inerentes ao processo de realocação.

O grupo de 45 refugiados que chega esta semana a Portugal não faz parte dos cerca de 4 mil definidos pela União Europeia na sequência do recente fluxo de migrantes que tem dado entrada na Europa nos últimos meses.

Luís Gouveia, diretor-adjunto do SEF, refere que estes refugiados vêm da Síria, Eritreia e do Sudão, vivem no Egito há alguns anos e chegam a Portugal ao abrigo da quota anual entre Portugal e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Quanto à quota de refugiados definido pela Comissão Europeia, ainda não há data prevista para a chegada do primeiro grupo a solo português. O SEF explica que é um processo moroso, sobretudo devido aos fluxos "mistos" que chegam à Grécia e Itália, onde é difícil distinguir entre refugiados e migrantes económicos, todos sem documentação.

Luís Gouveia esclarece que o primeiro grupo a chegar a Portugal deverá ter cerca de 100 pessoas e constitui um teste no acolhimento e integração destas pessoas na sociedade. Uma missão que, segundo o diretor-adjunto do SEF, será de fácil cumprimento para as organizações da Sociedade Civil. Segundo o representante do SEF, Portugal está "muito bem preparado" para receber "bastantes" refugiados.

Em entrevista na manhã informativa da Antena 1, Luís Gouveia desaconselha situações em que as pessoas procurem trazer refugiados para o país pelas próprias mãos. Refere ainda que esse comportamento, apesar de generoso, não é o melhor para os próprios refugiados: "As pessoas que vêm ao abrigo do programa europeu de realocação têm apoios que lhes facilitam o processo de integração", acrescenta.
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