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"A ciência não pode evoluir colocando em causa o melhor interesse do ser humano"

por João Fernando Ramos, Rui Sá

No dia internacional da bioética, Ana Sofia Carvalho lembra que ("não gostando de traçar linhas vermelhas") há que refletir por antecipação aos desafios que por exemplo a exploração espacial impõem.
No Jornal 2 Ana Sofia Carvalho é perentória a afirmar que "a ciência não pode evoluir colocando em causa o melhor interesse do ser humano".

A especialista refere que há que ter cuidado com a experimentação em torno das grandes viagens espaciais, que podem "aconselhar", no futuro, a alterações do genoma humano, para tornar o Homem resistente aos efeitos da micro gravidade ou à exposição à radiação cósmica.

Os engenheiros da Agência Espacial Europeia afirmaram esta quarta feira que o objetivo de enviar uma missão tripulada a Marte está a uma geração de distância. Nos Estados Unidos Barack Obama quer que isso aconteça já em 2030.

As grandes limitações a uma missão desse género não são hoje em dia de carater maioritariamente tecnológico. O maior problema está na capacidade do ser humano resistir sem qualquer problema a uma viagem desta dimensão pelo cosmos.

A investigação espacial avança com passos decididos noutras áreas da biologia e da biotecnologia.

Esta quarta feira foi lançada uma nova expedição para a Estação Espacial Internacional. Na tripulação com dois russos e um americano. A "Soyuz" partiu do Cazaquistão para uma missão de quatro meses.

O objetivo é trabalhar com outros membros da Estação precisamente em projetos de biologia, biotecnologia e física.

"Não estamos aqui para colocar limites à ciência, mas temos que zelar pela dignidade do ser humano nas zonas de fronteira da investigação", lembra no Jornal 2 a diretora do Instituto de Bioética da Católica Porto e "chairholder" na Cátedra UNESCO em Bioética.
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