Número de elefantes em África continua a diminuir devido à caça furtiva

por Lusa

A caça furtiva de elefantes em África em 2015 continuou a superar a taxa sustentável de captura dos paquidermes e levou à manutenção da tendência de diminuição do número desta espécie, indica hoje um estudo das Nações Unidas.

No estudo, laborado pelo Comité Permanente da Convenção sobre o Comércio de Espécies Selvagens da Fauna e Flora (CITES), refere-se também que Moçambique está entre os 22 países africanos mais envolvidos no comércio de marfim.

No documento refere-se que, apesar de os níveis de caça ilegal terem baixado desde que atingiu o pico, em 2011, o abate dos elefantes continua a pôr em perigo a sustentabilidade dos paquidermes em África.

"A população de elefantes africanos continua a ser alvo de uma ameaça imediata à sua sobrevivência devido aos níveis inaceitáveis da caça furtiva com o intuito de obter marfim", afirmou, em comunicado, o secretário-geral do CITES, John Scanlon.

Em 2015, lê-se no documento, apenas no leste do continente africano se registou uma melhoria considerável da situação, zona em que, pelo quarto ano consecutivo, o número de nascimento de paquidermes superou o dos caçados e/ou abatidos.

Ainda assim, esses progressos no leste africano não seguiram uma tendência uniforme, uma vez que várias áreas da Tanzânia registaram um aumento da caça ilegal.

Na África Austral, o número de elefantes caçados ilegalmente em 2015 também se manteve abaixo da taxa de sustentabilidade, aumentando, porém, quando comparado a 2014.

Os piores níveis foram registados na África Central e Ocidental, onde a taxa de caça furtiva continua a manter-se "muito acima" da de nascimentos.

"Os níveis de caça ilegal continuam muito elevados no centro e oeste de África, mas é um bom sinal que existam zonas, como no leste, em que a taxa diminuiu, o que demonstra que é possível combater o abate de animais através de esforço e do apoio político", acrescentou Scanlon.

Uma das zonas que mais preocupa o CITES é o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, onde se registou em 2015 um "grande aumento" da caça ilegal.

Em relação ao comércio ilegal de marfim, a principal causa da caça aos elefantes, o comité da ONU identificou 22 países como os mais envolvidos no processo, entre eles Moçambique, Camarões, Congo, Egito, Etiópia Gabão, Nigéria, Quénia, Uganda e Tanzânia.

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