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Câmara de Viseu diz que Estado merece ser colocado em tribunal por causa do IP3

por Lusa

Viseu, 15 jul (Lusa) - O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, defendeu hoje que o Estado português merece ser colocado em tribunal pelos familiares das vítimas que perderam a vida em acidentes ocorridos no IP3 nos últimos 30 anos.

"Todos os Governos vêm dizer que o IP3 é uma urgência e até hoje nenhum teve a capacidade de resolver um problema tão grave. O Estado português merece ser colocado em tribunal por, ao longo de 30 anos, se terem sistematicamente perdido vítimas nesta via", alegou.

Em declarações à agência Lusa, o autarca de Viseu lamentou que um acidente, ocorrido há dois dias no IP3, tenha causado mais uma vítima mortal e apelou aos familiares dos acidentados que se juntem.

"Acho mesmo que os familiares das vítimas se deviam juntar e que todos os familiares de vítimas que este IP3 teve, quer mortais quer os que ficaram feridos graves, deveriam colocar o Estado português em tribunal", sublinhou.

De acordo com Almeida Henriques, o IP3 é uma via extremamente perigosa, que começa a ser conhecida por estrada da morte, sendo imprescindível avançar com uma solução.

"Fará sentido que se faça uma melhoria do IP3, mas sem perder de vista aquilo que é fundamental: a construção da Via dos Duques, acertada entre os diferentes autarcas e com o aproveitamento de dois troços. Havia interessados para a construção da Via dos Duques", sustentou.

No seu entender, o atual Governo tem a obrigação de pôr um ponto final a este assunto.

"Não percebo porque é que, por razões puramente ideológicas, este Governo não avança com a Via dos Duques: este Governo tem a obrigação de desbloquear o concurso de conceção, construção e exploração da Via dos Duques e não se estar a esconder atrás de novos projetos. Ao mesmo tempo, enquanto a Via dos Duques não é ultimada, deve fazer melhorias no atual IP3", referiu.

O autarca social-democrata destacou que "é tempo de dizer basta" e de "encontrar uma solução".

"Se efetivamente há soluções que não têm custo para o Orçamento do Estado, então que avance por ai. Defendo, tal como grande parte dos meus colegas, uma solução de construção da Via dos Duques portajada e depois uma requalificação do IP3 seria o desejável", concluiu.

Também na quinta-feira, a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra exigiu ao Governo e à Infraestruturas de Portugal uma intervenção com caráter de urgência no IP3.

Após a reunião do seu Conselho Intermunicipal, a comunidade enviou à agência Lusa um documento intitulado "CIM Região de Coimbra não quer mais mortes no IP3", no qual os 19 municípios envolvidos na organização consideram que, "não obstante a necessidade de construção de uma nova via entre Coimbra e Viseu, é prioritária e urgente a reparação e beneficiação do atual IP3, de modo a diminuir os elevados índices de sinistralidade e a garantir que esta via estruturante para o país continue a cumprir as suas funções".

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